3º envolvido no massacre a escola “planejou tudo”, diz delegado

O menor que foi detido essa semana em São Paulo, acusado pelas investigações da Polícia de ser o terceiro responsável pelo ataque à escola em Suzano,  “planejou o massacre”. Essa é a conclusão do delegado Alexandre Dias, que investiga o caso. 

Ainda segundo o delegado, o menor, de 17 anos, teria ajudado a outro adolescente também de 17 anos e que se matou após o crime a planejar e se preparar para o massacre, inclusive na escolha e aquisição de armas e outros objetos para o crime.

“Ele é mentor intelectual, comprou objetos, objetos que poderiam fazer ele participar daquele delito, participação dele com um dos autores na compra de outros objetos e na idealização de outros objetos”, assegura o policial.

Alexandre Dias declarou em entrevista coletiva na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes que as novas provas obtidas não podem ser reveladas.

O delegado disse que o foco agora é saber quem vendeu a arma. “Há uma linha de investigação nesse sentido, quem vendeu a arma e ajudou eles a terem acesso a arma”, explicou.

O rapaz foi apreendido em casa, na manhã dessa terça-feira.

Os celulares dos dois assassinos e o aparelho deste jovem foram analisados pelos investigadores. Nos equipamentos, existem conversas claras entre eles sobre o planejamento do atentando. 

A internação provisória por 45 dias do suspeito foi decidida pela juíza que trata do caso. Esse prazo pode ser prorrogado. 

Esse adolescente já era investigado há alguns dias. Ele chegou a se apresentar à Polícia, na quinta-feira (14). Nos depoimentos, ele negou a participação no massacre e foi liberado.

Os assassinos planejaram o massacre de Suzano por cerca de um ano e meio.

Segundo as investigações, o jovem apreendido planejou e ajudou os assassinos de 17 e 25 anos. Os dois invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, armados, e  mataram sete pessoas.

Antes, eles estiveram na loja de automóveis do tio do assassino de 17 anos. O homem foi morto a tiros pelo sobrinho. 

Depois do massacre, o menor teria matado o colega, de 25 anos, e se suicidado em seguida, conforme as apurações do caso.

Caso o menor detido seja condenado, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que ele cumpra no máximo três anos de internação, independentemente da gravidade do que ele tenha cometido. 

O adolescente está sendo defendido pelo advogado Marcelo Feller do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD).

Luiz Henrique de Castro (esquerda) e Guilherme Taucci Monteiro (direita), assassinos de Suzano — Foto: Arquivo pessoal

Ele assumiu o caso depois que a Defensoria Publica informou que não poderia fazer a defesa por estar comprometida em defender as vítimas da tragédia.