PL convoca reunião emergencial após operação contra Bolsonaro

Após a recente operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, parlamentares do Partido Liberal (PL) iniciaram movimentações urgentes para reagir às ações determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A operação, realizada na sexta-feira (18), incluiu mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao ex-presidente e ao próprio partido. Na casa de Bolsonaro, foram apreendidos aproximadamente US$ 14 mil em dinheiro vivo e um pendrive que estava no banheiro. Como resultado, Moraes impôs uma série de medidas cautelares ao ex-chefe do Executivo: uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados — incluindo o filho Eduardo Bolsonaro —, além de restrições ao uso de redes sociais, aproximação de embaixadas e circulação no período noturno, entre 19h e 6h.

A preocupação da base bolsonarista se concentrou especialmente no bloqueio das redes sociais, principal meio de comunicação direta do ex-presidente com sua base de apoiadores. Para suprir esse vácuo, Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, foi escalada como porta-voz de Bolsonaro durante o período em que ele permanecerá impedido de se pronunciar publicamente.

Desde as primeiras horas após a operação, deputados e senadores do PL iniciaram conversas para definir uma reação política. Mesmo durante o recesso legislativo, o líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti, convocou os parlamentares a comparecerem a uma reunião extraordinária na próxima segunda-feira (21), marcada para às 14h, na sede da Câmara dos Deputados em Brasília. Em mensagem enviada aos membros da bancada, Cavalcanti orientou que as passagens para o deslocamento fossem providenciadas até este domingo (20).

Alguns membros da legenda chegaram a solicitar a suspensão oficial do recesso parlamentar, mas o pedido foi recusado tanto por Davi Alcolumbre, presidente do Senado, quanto por Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados.

“O ex-presidente sempre cumpriu todas as determinações da Justiça”, afirma o comunicado assinado pelos advogados de Bolsonaro

De acordo com os investigadores, o foco principal da operação recai sobre Eduardo Bolsonaro, que atualmente está licenciado e residindo nos Estados Unidos. As autoridades suspeitam que ele esteja participando de articulações internacionais que buscam minar decisões do Judiciário brasileiro.

Com o agravamento da situação jurídica e política, o encontro dos parlamentares deve alinhar as próximas ações da oposição, que já articula discursos públicos, estratégias jurídicas e iniciativas no Congresso para reagir às medidas determinadas pelo STF.