A fila de famílias à espera para ingressar no Bolsa Família chegou a 987,6 mil pessoas em novembro de 2025, o maior volume desde julho de 2022 e o recorde da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, o programa atende 18,7 milhões de famílias, o menor número desde meados de 2022. Desde o início do atual governo, cerca de 2,9 milhões de famílias deixaram de receber o benefício, seja por aumento de renda, seja por suspeitas de fraudes ou outros impedimentos, mesmo com a documentação regular.
Quase 1 milhão de pessoas aguardam na fila do Bolsa Família
Foto: Agência Brasil
O avanço da fila ocorre em meio a um cenário de aperto orçamentário. De janeiro a novembro de 2025, o Bolsa Família consumiu R$ 146,5 bilhões, frente a um orçamento autorizado de R$ 158,6 bilhões para todo o ano. Apenas para fechar a folha de pagamentos de novembro, as despesas superaram R$ 12,7 bilhões — quase R$ 600 milhões a mais do que o governo tem disponível para dezembro —, o que aumenta a pressão por cortes para equilibrar as contas públicas.
Fontes apontam a possibilidade de bloqueio de novos cadastros ou de atrasos nos pagamentos. Caso mais famílias sejam incluídas ainda em 2025, o governo poderá ter de recorrer a crédito suplementar ou redirecionar recursos de outras áreas para sustentar o programa.
Esse cenário reforça o risco de que parte dos pré-habilitados permaneça sem receber o benefício nos próximos meses. O Bolsa Família exige comprovação de renda per capita de até R$ 218 mensais, o que indica situação de vulnerabilidade econômica significativa para quem está na fila.
A estratégia de restringir novas concessões pode trazer custo político para Lula, em um contexto em que a eleição de 2026 se aproxima. O Bolsa Família tradicionalmente atende as camadas mais pobres da população, consideradas uma parte importante da base eleitoral do presidente. Se a fila continuar crescendo e as admissões forem postergadas, quase 1 milhão de pessoas pode chegar ao fim do ano sem o auxílio, mesmo já estando pré-habilitadas.
De acordo com o Poder360, o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias, sustenta que as oscilações no número de beneficiários são normais e que o Cadastro Único passa por um processo contínuo de atualização e verificação. A pasta argumenta que a revisão cadastral não tem como objetivo principal economizar recursos, mas garantir que o dinheiro chegue a quem realmente tem direito.
Apesar disso, o ministério ainda não esclareceu como pretende administrar os recursos nos próximos meses, diante de um orçamento que não é suficiente para zerar a fila represada e, ao mesmo tempo, manter em dia os pagamentos às famílias que já recebem o benefício.
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