Custo de visto para os EUA pode ultrapassar R$ 2.500 em 2026

A partir de 2026, solicitar um visto para viajar aos Estados Unidos poderá pesar ainda mais no bolso dos brasileiros. O governo do ex-presidente Donald Trump aprovou uma nova cobrança adicional de US$ 250 — cerca de R$ 1.390 — para todos que precisarem do documento para turismo, trabalho ou estudos.

Foto: Agência Brasil

A medida foi inserida no pacote fiscal batizado de "Big, Beautiful Bill" (Grande e Bonito Projeto de Lei), aprovado no dia 3 de julho. A nova tarifa foi nomeada como visa integrity fee (taxa de integridade de visto) e será somada ao valor atual de US$ 185, resultando em um custo total de US$ 435 (R$ 2.470). Além disso, o preenchimento do formulário I-95, obrigatório para registrar a entrada nos EUA, terá um custo adicional de US$ 24 (R$ 133).

Com isso, o valor total da emissão de um visto poderá alcançar US$ 459, o equivalente a R$ 2.552, considerando a cotação atual. A nova taxa será cobrada apenas de quem tiver o visto aprovado. Caso o pedido seja negado, o valor adicional não será cobrado.

A tarifa de integridade, embora já sancionada, ainda não aparece nas plataformas oficiais de solicitação de visto dos EUA, e diversos detalhes sobre sua aplicação permanecem indefinidos. O texto da lei permite que a quantia seja ajustada de acordo com a inflação ou alterada pela secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem.

A legislação também prevê a possibilidade de reembolso da taxa, mas impõe critérios rigorosos. O ressarcimento só poderá ocorrer após o vencimento do visto e se o titular comprovar que não tentou reentrar nos EUA com o documento expirado, que respeitou integralmente as regras estabelecidas e deixou o país dentro do período autorizado, ou que solicitou extensão, mudança ou ajuste do visto antes do prazo final.

“Mesmo nos casos em que o reembolso é permitido, o processo pode levar até dez anos, dependendo do tipo de visto”

A iniciativa já recebeu críticas de especialistas e do setor de turismo, que enxergam na medida um obstáculo à entrada de visitantes estrangeiros. A decisão se dá justamente quando os EUA se preparam para sediar eventos de grande porte, como a Copa do Mundo de 2026.

O Brasil, por sua vez, também retomou a exigência de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, em uma política de reciprocidade.