Flávio Bolsonaro deixa o Brasil antes de operação da PF e gera reação política

A movimentação política em torno da família Bolsonaro ganhou novos contornos com a viagem do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para Lisboa, em Portugal. Ele deixou o país na quinta-feira, dia 17 de julho, apenas um dia antes de uma nova fase da operação da Polícia Federal que mirou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai.

Foto: Agência Senado

A partida do parlamentar ocorreu no voo TP58, que saiu de Brasília às 17h10 com destino à capital portuguesa. Já em solo europeu, Flávio se tornou alvo de duras críticas por parte de adversários políticos e usuários de redes sociais. O deputado André Janones (Avante-MG), atualmente afastado de seu mandato, afirmou que o senador “fugiu como um rato” e que a viagem foi uma tentativa desesperada de escapar da justiça.

"Já que me deram o trabalho de vir aqui dizer que esses ZORATES são dois ALDRABÕES, vou dar trabalho pra vocês também! Vão pesquisar no Google o que é ‘zorate’ e ‘aldrabão’ e respondam aqui nos comentários, por obséquio\

A assessoria do senador confirmou a viagem, mas não informou o objetivo ou detalhes do itinerário. No entanto, destacou que Flávio encontra-se em recesso parlamentar, iniciado oficialmente na sexta-feira (18).

No mesmo dia da chegada do senador à Europa, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi conduzido à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal para instalação de uma tornozeleira eletrônica. A Justiça impôs ainda outras medidas: Bolsonaro está proibido de sair de casa entre 19h e 7h, de se comunicar com outros investigados — incluindo Eduardo Bolsonaro —, de usar redes sociais e de receber visitas de diplomatas ou embaixadores.

A operação resultou na apreensão de documentos, dólares em espécie e um pen drive na casa do ex-presidente.

"Fica firme, pai, não vão nos calar!\

Eduardo intensificou suas ações em solo americano, promovendo encontros com parlamentares republicanos e acusando o Brasil de viver sob uma "ditadura disfarçada de democracia". Ele também tem criticado a atuação do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos principais inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O deslocamento de dois dos filhos do ex-presidente para fora do país acontece em meio ao agravamento das investigações e ao avanço das ações judiciais que envolvem a alta cúpula do bolsonarismo. A articulação política do grupo também tem perdido força, em um momento delicado para seus principais nomes.

A repercussão da viagem de Flávio e os desdobramentos da operação da Polícia Federal seguem alimentando o debate público e movimentando os bastidores políticos do país.