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Política
Flávio Bolsonaro assume divergências com o pai e tenta liderar campo bolsonarista em 2026
Pré-candidato à Presidência, senador do Rio se diz herdeiro eleitoral do bolsonarismo, busca posição mais moderada na direita e articula apoios enquanto Jair Bolsonaro segue inelegível
21/12/2025 às 09:27por Redação Plox
21/12/2025 às 09:27
— por Redação Plox
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Pré-candidato à Presidência da República, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reconheceu ter divergências de opinião com o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso em uma unidade da Polícia Federal em Brasília.
Flávio Bolsonaro anunciou candidatura à presidência em 2026
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
Apesar de admitir diferenças em temas específicos, ele ressaltou que o ex-chefe do Executivo continua sendo sua principal referência política e afirmou compartilhar os mesmos valores da família.
Em trecho de entrevista divulgado nas redes sociais, Flávio afirmou seguir os princípios do pai, mas destacou que há pontos em que os dois não pensam da mesma forma, incluindo a postura em relação à pandemia de covid-19 e à vacinação.
Vacina contra a covid-19 expõe divergências
Entre os exemplos citados pelo senador está a decisão de se vacinar contra o coronavírus. Jair Bolsonaro se recusou a receber o imunizante, enquanto o filho, senador pelo Rio de Janeiro, adotou uma postura diferente.
Flávio relatou ter tomado duas doses da vacina e mencionou que, em algumas situações, há discordância entre os dois. Ao mesmo tempo, indicou que, nas decisões consideradas mais relevantes, a hierarquia familiar e política do ex-presidente pesou pela experiência e pelo cargo que ele ocupava.
Disputa de 2026 e desafios no campo bolsonarista
Apresentando-se como herdeiro eleitoral do ex-presidente, Flávio Bolsonaro tenta se posicionar como um nome mais moderado no espectro da direita. Apesar disso, enfrenta resistências dentro do próprio núcleo político ligado a Jair Bolsonaro, onde sua pré-candidatura ainda não é consenso.
Setores da centro-direita defendiam alternativas, como a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como figura menos radical e visto por parte desse grupo como potencial cabeça de chapa em 2026.
Legado de Bolsonaro e inelegibilidade
Mesmo reconhecendo divergências pontuais, Flávio tem insistido na defesa da continuidade do projeto político associado ao pai. O ex-presidente está fora da disputa eleitoral em razão de inelegibilidades impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relacionadas a crimes contra a democracia e abuso de poder político.
No momento, o senador trabalha para consolidar sua pré-candidatura, ampliar apoios entre aliados e fortalecer sua posição dentro do grupo bolsonarista. A expectativa é que ele enfrente, na corrida presidencial de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontado como provável principal adversário.
Críticas internas e dúvidas sobre viabilidade
A trajetória de Flávio até a cabeça de chapa, porém, não é simples. Aliados tradicionais do bolsonarismo, como o pastor Silas Malafaia, manifestaram publicamente resistência ao seu nome. Em vídeo recente, Malafaia classificou como erro a decisão de lançá-lo como pré-candidato e avaliou que, sem o apoio do centrão, a vitória seria improvável, argumentando que o senador não teria “musculatura política” suficiente e sugerindo que ele se beneficiou de momentos de fragilidade emocional do pai.
Paralelamente, avançam discussões sobre qual seria a composição de chapa mais capaz de unificar o eleitorado de direita e, ao mesmo tempo, atrair setores mais moderados. Entre as hipóteses em debate estão uma chapa com Michelle Bolsonaro como vice e Tarcísio de Freitas como cabeça de chapa, bem como a possibilidade de o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), ser o vice em uma candidatura liderada pelo governador paulista.
Reações de Ciro Nogueira e movimentação de partidos
O anúncio da pré-candidatura de Flávio também provocou reação de Ciro Nogueira, que, apesar da proximidade com o filho mais velho de Jair Bolsonaro, defendeu que a decisão sobre candidaturas deve considerar pesquisas, viabilidade e diálogo com partidos aliados, e não apenas relações pessoais.
Na mesma semana em que o senador mencionou um projeto de anistia como “preço” para uma eventual desistência, ele se reuniu com Ciro Nogueira e com os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PL, Valdemar Costa Neto, em um jantar político voltado à costura de apoios.
O presidente do Republicanos, partido de Tarcísio de Freitas, Marcos Pereira, foi convidado, mas não participou do encontro. Após a reunião, apenas Valdemar Costa Neto se manifestou publicamente, endossando a pré-candidatura de Flávio ao reforçar a centralidade da palavra de Jair Bolsonaro na definição do rumo do grupo político.
se Bolsonaro falou, está falado
Valdemar Costa Neto
Cronograma eleitoral de 2026
Enquanto as articulações avançam, o calendário eleitoral de 2026 já está definido. As eleições estão marcadas para 4 de outubro, quando cerca de 115 milhões de eleitores irão às urnas para escolher presidente e vice-presidente, além de governadores, senadores e deputados federais e estaduais.
Caso nenhum candidato à Presidência alcance maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno, está previsto um segundo turno em 25 de outubro, prolongando a disputa e ampliando o peso das alianças e recomposições no campo da direita e do centro.