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Política
Haddad diz que desejo de atuar na reeleição de Lula é incompatível com seguir na Fazenda
Ministro afirma que não será candidato em 2026, diz que sucessor na Fazenda será escolhido exclusivamente por Lula e avalia que troca deveria ocorrer até fevereiro, após conclusão da LDO e do orçamento
21/12/2025 às 09:15por Redação Plox
21/12/2025 às 09:15
— por Redação Plox
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que seu desejo de ajudar na campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026, é incompatível com a permanência no comando da pasta. Segundo ele, a escolha de um eventual sucessor caberá exclusivamente ao chefe do Executivo.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Foto: Diogo Zacarias/MF
Saída do ministério e sucessão na Fazenda
Em conversa com jornalistas, Haddad destacou que não trabalha com prazo de desincompatibilização, já que não pretende se candidatar nas próximas eleições. Ele reforçou que sua previsão de saída não tem relação com abril, período em que ocupantes de cargos públicos costumam deixar os postos para disputar mandatos.
O ministro explicou que só passou a tratar de seu futuro político depois da conclusão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 e da aprovação das medidas consideradas necessárias para fechar a peça orçamentária. De acordo com ele, o debate interno no governo é sobre o melhor momento para a troca de comando na Fazenda, e o cenário que considera ideal é que isso ocorra até, no máximo, fevereiro.
Haddad disse ainda que, na volta de suas férias, em 11 de janeiro, pretende se reunir com Lula para discutir o assunto. Ele afirmou que costuma levar auxiliares próximos, que o acompanham na rotina do ministério, inclusive para despachos com o presidente, e elogiou a equipe que o assessora, destacando sua alta capacidade técnica. O ministro acrescentou que está disposto a apontar nomes que julga aptos a ocupar a pasta, caso Lula pergunte.
Sem candidatura em 2026
Haddad reafirmou que não pretende disputar nenhum cargo eletivo no próximo ano e lembrou que, em 2020, também recusou a possibilidade de concorrer à Prefeitura de São Paulo, apesar de pedidos nesse sentido. Ele relatou ter tratado do tema diretamente com Lula, que, segundo o ministro, se comprometeu a respeitar sua decisão de não entrar na disputa de 2026.
O ministro relatou ainda que não foi procurado para ser convencido a se candidatar; segundo ele, foi quem tomou a iniciativa de abordar o assunto em um momento que considerou oportuno. Ao comentar especulações sobre uma eventual composição na chapa presidencial, como vice de Lula, ele rejeitou a ideia e disse não saber de onde surgiram essas informações.
Relação com o PT e com Lula
Ao falar sobre o PT, Haddad ressaltou que é filiado ao partido desde 1985 e que sua ligação principal é com a militância, a quem atribui um papel central na história da legenda. Ele afirmou ter grande apreço pelo que chamou de “chão de fábrica” do partido, formado por trabalhadores e bases populares, e disse encarar com naturalidade as críticas que recebe de setores internos e da direção.
O ministro ressaltou que sua relação com Lula é antiga, construída ao longo de todos os mandatos do petista na Presidência. Na avaliação de Haddad, é “muito notável” como resistências internas à sua condução econômica foram superadas pelos resultados obtidos. Ele afirmou que temores tanto da esquerda quanto da direita acabaram não se confirmando, pois projeções econômicas feitas no início de 2026 não se concretizaram como previsto.
Pressão no cargo e clima de despedida
Prestes a deixar o comando da Fazenda, Haddad afirmou que a rotina no ministério é marcada por desafios constantes e que a área econômica está sempre sujeita a novas dificuldades. Ele comentou, em tom de brincadeira, sobre a existência de um suposto “bolão” envolvendo o tempo que permaneceria no cargo, observando que a função nunca foi simples e que os problemas surgem de forma recorrente.