Após comer bolinho com veneno, jovem morre e padrasto admite crime; enterro será hoje

Lucas da Silva Santos, de 19 anos, morreu no domingo (20), após passar cerca de 10 dias internado por ter ingerido um bolinho de mandioca envenenado com chumbinho. O velório acontece nesta terça-feira (22), às 9h30, no Cemitério do Carminha, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O sepultamento está previsto para as 13h30, no mesmo local.

Foto: Reprodução

A família decidiu doar os rins e as córneas do jovem. O caso teve uma reviravolta quando o padrasto de Lucas, Admilson Ferreira dos Santos, confessou à Polícia Civil que foi o responsável por colocar veneno no alimento. Inicialmente, a suspeita recaía sobre a tia de Lucas, mas essa hipótese foi descartada durante a investigação.

Em um áudio divulgado pela CNN Brasil, Admilson contou que o chumbinho foi comprado por sua esposa por R$ 25 em uma loja de Diadema, cidade vizinha a São Bernardo do Campo. Ele afirmou ter misturado o veneno em creme de leite, usado posteriormente no preparo dos bolinhos. Segundo ele, sua intenção era tirar a própria vida, mas Lucas foi o que mais sofreu com a ingestão.

“Era para matar rato. Misturei um pouco de chumbinho no creme de leite e coloquei na boca. Dei para o Lucas, para o Tiago e para ela. Eu quero ela presa”, declarou Admilson à polícia.

As autoridades investigam se o crime foi motivado por ciúmes e comportamento possessivo. Há relatos de que Admilson abusava sexualmente dos enteados, o que ele nega, alegando ser “homem e não estuprador”. Uma das suspeitas é que Lucas pretendia sair de casa e iniciar um novo relacionamento, o que teria motivado a ação do padrasto.

Durante as apurações, foi encontrado um recado enviado por Admilson a um pastor, em que ele mencionava a ideia de matar o jovem. Diante dos fatos, ele deverá responder por tentativa de homicídio triplamente qualificado.

Na segunda-feira (21), a Polícia Civil prendeu o comerciante que vendeu o chumbinho a Admilson. Como o comércio dessa substância é proibido no Brasil, o homem responderá por crime ambiental.

O caso gerou comoção e levanta novamente discussões sobre violência doméstica e o uso ilegal de produtos tóxicos, além de reforçar a necessidade de fiscalização sobre a venda de substâncias proibidas.