Defesa de Cíntia Chagas explica pedido de prisão contra Bove

A advogada Gabriela Mansur, que representa a influenciadora Cíntia Chagas, divulgou uma nota esclarecendo o motivo pelo qual sua cliente solicitou a prisão do ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP). Segundo Mansur, o parlamentar violou uma determinação judicial que o proibia de "mencionar fatos do processo, conceder entrevistas e falar sobre a vida pregressa do casal, direta ou indiretamente".

Mansur, especialista em Direitos das Mulheres, negou que haja uma "perseguição" ao deputado, que é acusado de violência doméstica contra Cíntia Chagas. Ela declarou que a infração à decisão judicial constitui crime de desobediência, e afirmou que as ações do deputado desde 10 de outubro, quando descumpriu uma medida protetiva de urgência, foram registradas e apresentadas ao Ministério Público e ao Judiciário.

A advogada destacou ainda que muitos homens em posições de poder, acusados de violência contra mulheres, usam sua influência para tentar evitar consequências legais. Ela criticou a postura de desprezo em relação às advogadas das vítimas e à Justiça, prometendo agir para garantir a proteção das mulheres, conforme previsto na lei e na Constituição.

Gabriela Mansur também mencionou que, além do segredo de justiça, havia uma decisão judicial proibindo Bove de citar a vítima, seus familiares ou divulgar qualquer conteúdo íntimo ou privado. Caso essas determinações fossem violadas, ele poderia ser preso preventivamente e responsabilizado por descumprimento de medida protetiva, conforme a legislação vigente.

Declarações de Lucas Bove

Em resposta, Lucas Bove se manifestou na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde afirmou que enfrenta um momento complicado, alegando estar impossibilitado de comentar o processo que corre em segredo de justiça. Ele negou as acusações de agressão contra a ex-esposa e sugeriu que mensagens e áudios podem ser manipulados.

Na mesma semana, prints apresentados por Bove à Justiça vazaram para a mídia. Neles, o deputado tenta justificar os hematomas mostrados por Cíntia Chagas como decorrentes de momentos íntimos do casal, além de sugerir que havia excesso de ciúmes por parte da influenciadora. A defesa de Bove considerou o pedido de prisão "incabível" e afirmou que o deputado não violou nenhuma medida protetiva, negando ainda qualquer vazamento de informações do processo.