CSN é condenada pelo Cade a pagar R$ 128 milhões após disputa envolvendo Usiminas em Minas Gerais
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Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) aponta que Minas Gerais foi o estado mais afetado financeiramente pelas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Em setembro, as perdas mineiras somaram US$ 236 milhões, o que representa uma queda de 50% nas vendas para o mercado americano em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Em setembro, a exportação de café não torrado para os EUA registrou uma diminuição de 22,6%.
O impacto econômico sentido por Minas Gerais foi maior que o verificado em outros grandes estados exportadores. São Paulo registrou queda de 7,7% nos embarques, enquanto Rio de Janeiro teve retração de 26,8%. Em estados como Mato Grosso, Tocantins e Alagoas, o efeito das medidas foi ainda mais radical, quase zerando as vendas externas, com quedas respectivamente de 81%, 74% e 71%.
Em valores totais, Minas Gerais aparece como o mais prejudicado, seguido de Santa Catarina (US$ 95,9 milhões de perdas), São Paulo (US$ 94 milhões), Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (ambos com US$ 88,8 milhões), além do Paraná (US$ 82,4 milhões).
De acordo com a pesquisa conduzida por Flávio Barreto e equipe do FGV Ibre, a retração das exportações mineiras esteve concentrada em produtos de metal e semiacabados. Em outras regiões, empresas tentaram antecipar embarques nos meses anteriores como estratégia para mitigar o chamado tarifaço.
Um dado que chamou a atenção foi a queda das exportações mineiras mesmo nos segmentos que foram isentos de sobretaxação pelos Estados Unidos. Em setembro de 2024, Minas enviou ao país US$ 191,45 milhões em produtos não afetados pelas tarifas, mas esse montante despencou para US$ 92,18 milhões no mês seguinte à adoção das restrições.
Na análise da pauta de exportação, o café não torrado — carro-chefe de Minas — foi fortemente atingido, com redução de 22,6%, passando de US$ 117 milhões para US$ 90,52 milhões em setembro. O ferro fundido bruto, mesmo isento, registrou queda expressiva: de US$ 111,88 milhões para US$ 46,68 milhões. O efeito da política comercial americana afetou inclusive setores até então protegidos.
Os estados mais afetados em valores absolutos foram:
O tema tarifaço ganhou destaque e já é objeto de discussão entre representantes do Brasil e dos Estados Unidos. Enquanto Brasília tenta negociar exceções e amenizar o impacto junto ao governo americano, produtores e exportadores brasileiros buscam alternativas para reduzir os prejuízos e recuperar parte das vendas.
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