Mortes de cavalos por ração contaminada chegam a 284 e governo endurece medidas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta terça-feira (23) a morte de 284 cavalos, vítimas da ingestão de rações contaminadas produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda.

Foto: Pixabay

Segundo o Mapa, uma decisão judicial que anteriormente autorizava parcialmente a retomada da produção de rações não destinadas a equídeos foi revogada. Com isso, volta a valer integralmente a suspensão imposta anteriormente pelo próprio Ministério, que proíbe a fabricação de rações para qualquer espécie animal. A restrição se manterá até que a empresa comprove ter corrigido todas as falhas identificadas durante a fiscalização, o que ainda não aconteceu.

As investigações conduzidas pela pasta revelaram que a contaminação das rações ocorreu por falhas no controle da matéria-prima, que apresentou resíduos de plantas do gênero Crotalaria. Essas plantas contêm alcaloides pirrolizidínicos, como a monocrotalina, substância altamente tóxica para equinos. Tais compostos não são autorizados na composição de rações e só aparecem em casos de uso inadequado de ingredientes proibidos ou pela contaminação de matérias-primas liberadas.

De acordo com o Ministério, essas substâncias são capazes de alterar o DNA celular e provocam danos hepáticos nos animais, com efeitos que variam de acordo com a dose, tempo de exposição e condição do cavalo. O Mapa informou ainda que aguarda o resultado de análises complementares, tanto de outros lotes de ração quanto das matérias-primas utilizadas, para seguir com a investigação. A pasta reforçou seu compromisso com a transparência e garantiu que novas denúncias serão acompanhadas de perto.