Peritos questionam "impossibilidade material" de morte de detento atropelado em MG

A morte de detentos dentro das instalações prisionais é sempre uma causa de preocupação, e mais ainda quando as circunstâncias são questionadas por órgãos competentes. Recentemente, a morte de três detentos no Presídio Professor Jacy de Assis, localizado em Uberlândia, Triângulo Mineiro, foi classificada como “suspeita” pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Um desses casos envolve um preso que foi declarado com morte encefálica após ser atropelado por um veículo.

Os peritos do MNPCT expressaram dúvidas sobre como uma pessoa sob custódia poderia ser atropelada, citando a "impossibilidade material" do evento. Eles estão pressionando por mais clareza nas circunstâncias deste óbito em particular. Além deste caso, outros dois óbitos relatados envolviam detentos com fraturas e múltiplos traumas. O MNPCT pede uma investigação minuciosa para determinar se houve negligência no socorro a esses detentos.

Condições desafiadoras nas prisões
Muitos detentos em certos presídios mineiros enfrentam condições desumanas, aguardando atendimento médico por até dois meses em celas insalubres, escuras e sem ventilação. As descrições incluem um "odor insuportável" devido a esgotos danificados e a distribuição inadequada de medicamentos entre os detentos. Um detento, que optou por permanecer anônimo, expressou sua preocupação, dizendo: "Estando aqui dentro, eu tenho medo pela minha vida."

Resposta oficial e busca por clareza
Em resposta às questões levantadas, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou que o detento em questão foi admitido no Presídio Professor Jacy de Assis enquanto estava sob custódia da Polícia Civil no Hospital de Clínicas de Uberlândia, devido ao atropelamento. A Sejusp informou que o detento faleceu no dia seguinte devido a morte encefálica. No entanto, não forneceram detalhes adicionais sobre o acidente. De acordo com eles, o caso "não está relacionado ao sistema prisional administrado pelo Depen-MG".

A Polícia Civil, que está vinculada à Sejusp, foi questionada sobre o atropelamento e as circunstâncias que levaram à prisão do detento, mas não houve resposta até o momento da publicação. O espaço para esclarecimentos adicionais permanece aberto.