No dia em que a Copasa teve autorizado um reajuste de 6,56% nas tarifas de água a partir de janeiro, o Ministério de Minas e Energia confirmou que as contas de luz seguirão com bandeira verde no próximo mês, sem cobrança adicional. Embora tratem de serviços e esferas distintas — Copasa na área estadual e energia sob regulação federal —, os anúncios simultâneos reforçam o embate político entre o governo de Minas e o governo federal.

A nova tabela tarifária da Copasa, revisada pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG), foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais nesta terça-feira (23/12). Na mesma edição, o governador Romeu Zema (Novo) sancionou a lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que autoriza a privatização da companhia de saneamento.

Ministério mantém bandeira verde em janeiro

A decisão sobre a bandeira tarifária de energia foi divulgada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e assinada pelo ministro Alexandre Silveira, crítico recorrente do governo mineiro e das iniciativas de privatização de serviços essenciais, como água e energia elétrica.

Segundo o ministério, a manutenção da bandeira verde em janeiro está ligada ao planejamento para o atendimento energético e às condições hidrológicas favoráveis do país, que garantem um cenário positivo para a geração de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Vamos iniciar o ano com mais uma notícia positiva. Sabemos da importância de mantermos a energia elétrica de qualidade e com preços mais justos, com impactos positivos na economia nacional. A bandeira verde neste momento reflete o resultado do nosso planejamento após um longo período de seca em diversas regiões do país, disse.

Alexandre Silveira

Cenário hídrico favorece geração de energia

De acordo com o MME, a bandeira verde indica um quadro de segurança energética, em que não há necessidade de acionamento intenso de usinas termelétricas, mais caras. Apesar do avanço de fontes renováveis como solar e eólica na matriz brasileira, a geração hidrelétrica continua sendo a base do sistema elétrico nacional.

A capacidade de produção das hidrelétricas depende diretamente do volume de chuvas nas principais bacias hidrográficas do país, fator que, segundo a pasta, se apresenta favorável no momento e permite manter os custos de geração sob controle.