Economia

IPCA-15 sobe 0,25% em dezembro e inflação acumula alta de 4,41% em 12 meses

Prévia da inflação oficial medida pelo IPCA-15 fecha o ano dentro da margem da meta do governo; transportes lideram alta com passagens aéreas, apps e combustíveis, enquanto alimentação em casa cai pelo sétimo mês seguido

23/12/2025 às 12:08 por Redação Plox

A prévia da inflação oficial de dezembro ficou em 0,25%. Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumulou alta de 4,41% em 12 meses, resultado que se mantém dentro do limite da meta de inflação estabelecida pelo governo.

Em 12 meses, IPCA-15 acumula 4,41%.

Em 12 meses, IPCA-15 acumula 4,41%.

Foto: Reprodução / EBC.



É o segundo mês seguido em que a inflação acumulada fica dentro da margem de tolerância. Em novembro, o IPCA-15 havia recuado para 4,5%, após passar todo o período de janeiro a outubro acima do limite. Em abril, no ponto mais alto do ano até agora, o índice chegou a 5,49%.


Os dados foram divulgados nesta terça-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O boletim Focus mais recente, pesquisa do Banco Central com instituições financeiras divulgada nessa segunda-feira (22), projeta que a inflação oficial deve encerrar 2025 em 4,33%, também dentro da faixa de tolerância da meta.


O fato de a inflação ter permanecido durante a maior parte do ano acima do objetivo do governo foi a principal justificativa para o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevar a taxa básica de juros para 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 15,25%. O juro alto funciona como freio à atividade econômica e à demanda por bens e serviços, contribuindo para conter reajustes de preços, mas tem como efeito colateral o desestímulo a investimentos e à geração de empregos.

Transportes lideram pressão na prévia de dezembro

Em dezembro, seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram alta de preços no IPCA-15:


Transportes: 0,69% (impacto de 0,14 ponto percentual)

Vestuário: 0,69% (0,03)

Despesas pessoais: 0,46% (0,05)

Habitação: 0,17% (0,02)

Alimentação e bebidas: 0,13% (0,03)

Comunicação: 0,01% (0,00)

Educação: 0,00% (0,00)

Saúde e cuidados pessoais: -0,01% (0,00)

Artigos de residência: -0,64% (-0,02)


O grupo transportes foi o que mais pressionou a prévia de dezembro. As passagens aéreas subiram 12,71% e responderam pelo maior impacto entre os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. Também contribuíram para a alta do grupo o transporte por aplicativo, com avanço de 9%, e os combustíveis, que tiveram aumento médio de 0,26%. Dentro dos combustíveis, o etanol ficou 1,7% mais caro e a gasolina, 0,11%.

Alimentação em casa segue mais barata

O grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso na cesta de consumo das famílias, registrou variação positiva de 0,13% em dezembro. No entanto, dentro do grupo, a alimentação no domicílio recuou 0,08%, marcando o sétimo mês consecutivo de queda nos preços da comida em casa.


Entre os itens que ajudaram a reduzir o custo da alimentação no domicílio, destacam-se:


Tomate: -14,53%

Leite longa vida: -5,37%

Arroz: -2,37%

Habitação puxa IPCA-15 no ano

No acumulado de 2025, o grupo habitação, influenciado principalmente pela conta de luz, foi o que mais pesou no IPCA-15. A variação dos grupos ao longo do ano foi a seguinte:


Habitação: 6,69%

Educação: 6,26%

Despesas pessoais: 5,86%

Saúde e cuidados pessoais: 5,55%

Vestuário: 5,34%

Alimentação e bebidas: 3,57%

Transportes: 3,00%

Comunicação: 0,82%

Artigos de residência: -0,10%


Dentro de habitação, a energia elétrica residencial acumulou alta de 11,95% no ano, registrando o maior impacto individual no IPCA-15, de 0,47 ponto percentual.

No grupo alimentação (impacto acumulado de 0,77 ponto), as maiores altas foram observadas na refeição (6,25%), no lanche (11,34%), no café moído (41,84%) e nas carnes (2,09%). No lado das quedas, destacaram-se o arroz (-26,04%), o leite longa vida (-10,42%) e a batata-inglesa (-27,70%).

Diferenças entre IPCA-15 e IPCA cheio

O IPCA-15 segue basicamente a mesma metodologia do IPCA, índice oficial de inflação usado como referência para o regime de metas do governo, atualmente de 3% em 12 meses, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.


A principal diferença está no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. No IPCA-15, a pesquisa é feita e divulgada antes do fim do mês de referência. Na prévia atual, os preços foram coletados de 14 de novembro a 12 de dezembro.


O IPCA-15 abrange 11 áreas do país: as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. Já o IPCA cheio cobre 16 localidades, ao incluir ainda Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. O resultado oficial de dezembro do IPCA será divulgado em 9 de janeiro.


Os dois índices consideram uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.518.

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