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Política
Governo de SP vê plágio em fala de Lula sobre o “impossível”
Mensagem do Planalto é vista por aliados de Tarcísio como plágio de slogan paulista e expõe rivalidade em obras como Rodoanel, túnel Santos-Guarujá e intervenções na Favela do Moinho; cobrança de reconhecimento ao BNDES gera vaias em cerimônia
23/12/2025 às 09:36por Redação Plox
23/12/2025 às 09:36
— por Redação Plox
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Um vídeo divulgado pelo Governo Federal nas redes sociais no último domingo (21) provocou reação no Palácio dos Bandeirantes. Integrantes da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) viram na mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um plágio do slogan usado pelo governo paulista em sua campanha de fim de ano.
Semelhança de mensagem dita por Lula com slogan de fim de ano do governo Tarcísio gerou reações dentro do Palácio dos Bandeirantes.
Foto: Reprodução / Presidência da República.
No vídeo, Lula retoma uma fala feita em cerimônia no Palácio do Planalto, na última quinta-feira (18), durante a inauguração de uma maquete da transposição do Rio São Francisco. Na ocasião, o petista declarou que “não existe nada impossível de ser feito no mundo, quando alguém tem coragem de fazer”, frase que acabou associada, em São Paulo, ao mote de comunicação da gestão estadual.
Horas antes dessa fala, o Governo de São Paulo havia realizado um evento no Palácio dos Bandeirantes, no qual Tarcísio apresentou um balanço das ações de sua gestão em 2025. Para a cerimônia, a comunicação paulista adotou como slogan a expressão “coragem para fazer o impossível”, usada para ressaltar a retomada de obras e projetos que estavam paralisados no estado.
Nos bastidores, fontes do governo paulista afirmam enxergar a semelhança entre as mensagens como prática de plágio por parte do governo federal, ampliando o clima de disputa política entre os dois lados.
Disputa por protagonismo em obras e projetos
A rivalidade entre Lula e Tarcísio, que são adversários políticos e podem se enfrentar nas eleições de 2026, não se limita aos discursos. Nos últimos meses, os dois grupos vêm travando uma disputa pela “paternidade” de projetos realizados em parceria entre União, estado e prefeitura.
Entre os exemplos citados estão as intervenções na Favela do Moinho, a construção do túnel Santos-Guarujá e a retomada das obras do Rodoanel. Nesses casos, tanto o governo federal quanto o estadual buscam capitalizar politicamente os investimentos e entregas, ressaltando o próprio papel nas iniciativas.
Nessa segunda-feira (22), a disputa ficou evidente em mais uma cerimônia, desta vez relacionada ao trecho norte do Rodoanel. O evento contou com a presença de Tarcísio e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e teve como um dos destaques a participação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (PT).
Ao discursar, Mercadante cobrou reconhecimento público do governo paulista pelo financiamento do banco federal na obra e foi vaiado por parte do público enquanto listava as realizações da gestão Lula. Ele ressaltou que, segundo o BNDES, um terço dos recursos destinados ao trecho norte do Rodoanel foi concedido por meio de crédito da instituição, totalizando R$ 1,3 bilhão em financiamento.
Essa placa aqui está muito bonita, mas está faltando o BNDES porque um terço é crédito do BNDES. E nós temos que reconhecer essa parceria para fazer mais coisas juntos no futuro
Aloizio Mercadante
O presidente do banco também lembrou que o Rodoanel leva o nome do ex-governador paulista Mário Covas e exaltou o que chamou de “relação republicana” com antigos opositores. Na avaliação dele, a cooperação entre diferentes esferas de governo é essencial para viabilizar grandes obras, independentemente de alinhamentos partidários ou eleitorais.