Lula critica taxa de juros brasileira em visita a Portugal

Durante sua viagem a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou sua crítica à atual taxa básica de juros do Brasil, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Em discurso no Fórum Empresarial Portugal-Brasil: Parcerias para a Inovação, realizado em Matosinhos, Lula comparou a situação brasileira à portuguesa, afirmando que "nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro [António Costa], que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta."

O presidente argumentou que o alto nível da Selic impede o acesso ao crédito, uma vez que "ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato."

Circulação de dinheiro e inclusão dos pobres

Lula destacou a importância da circulação de dinheiro no país e defendeu a inclusão dos mais pobres no processo econômico. Segundo ele, "um país capitalista precisa de dinheiro e esse dinheiro tem que circular, não apenas na mão de poucos". O presidente acredita que a redução dos juros é fundamental para estimular o crédito e, consequentemente, gerar crescimento econômico.

Ele explicou sua visão ao afirmar que "é a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica, não precisa importar da China. Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda gigante da economia funcionando e todo mundo participando."

Selic no maior patamar desde 2017

A taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, encontra-se no maior nível desde janeiro de 2017. Em março, o Banco Central optou por manter a taxa inalterada pela quinta vez consecutiva, permanecendo neste patamar desde agosto do ano passado.