Tragédia em unidade de saúde: bebê morre após aplicação de medicação venosa

Menina de um ano não sobrevive a complicações durante atendimento em UPA de São Paulo

Por Plox

24/04/2024 11h03 - Atualizado há 10 dias

Em um trágico incidente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 26 de Agosto, localizada no bairro de Itaquera, na zona leste de São Paulo, a pequena Lua Smith de Azevedo, de apenas um ano, veio a falecer após receber um tratamento venoso. A bebê sofreu uma parada cardíaca imediatamente após a administração da medicação e, infelizmente, não resistiu

 Foto: Divulgação/ APS Santa Marcelina

No dia 18 de abril, preocupada com os sintomas de tosse e febre alta que a filha apresentava, Caroline Smith, mãe de Lua e auxiliar de enfermagem de 23 anos, procurou a UPA. Na ocasião, a médica responsável prescreveu um tratamento que incluía uma bolsa de soro com 250 ml contendo dipirona e metilprednisolona, além de salbutamol administrado por meio de uma bombinha e um período sob oxigênio para aliviar o desconforto respiratório da criança.

Caroline detalhou o atendimento: "Assim que chegamos, Lua foi rapidamente examinada devido à febre de 39 graus. A médica explicou que seria administrado um soro para aliviar a febre e a tosse, além do salbutamol para garantir que a saturação de oxigênio fosse restaurada. Questionei sobre a realização de exames e fui informada que seriam solicitados um raio-X e testes de sangue e urina."

Apesar das medidas iniciais parecerem efetivas, a situação se deteriorou após a administração da medicação venosa. Caroline descreveu que a filha começou a chorar e ficou agitada durante o procedimento, o qual, segundo ela, foi realizado de maneira abrupta pela profissional de enfermagem. "Ela aplicou rapidamente todo o conteúdo da seringa. Isso não é adequado nem mesmo para adultos", lamentou a mãe.

Logo após a aplicação, Lua perdeu a coloração, não respondendo mais aos estímulos. "Ela ficou pálida e roxa. Quando o médico chegou, foram iniciadas manobras de reanimação, mas minha filha já não apresentava sinais vitais", contou Caroline, visivelmente abalada.

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo manifestou pesar pelo ocorrido e informou que foi aberta uma rigorosa investigação interna para apurar o atendimento prestado. Paralelamente, a Secretaria de Segurança Pública do estado confirmou que a enfermeira envolvida está sendo investigada, e foram requisitados exames necroscópicos e toxicológicos para esclarecer as causas da tragédia.

Caroline, que suspendeu suas atividades profissionais para se dedicar à filha, registrou um boletim de ocorrência e clama por justiça. "Não consigo encontrar paz para viver meu luto, pois luto por justiça para minha filha", disse ela, emocionada. O caso continua sob investigação no 65º Distrito Policial (Artur Alvim).

Destaques