Submarino desaparecido: jovem que morreu não queria viajar e só foi para agradar o pai, diz tia

Estavam entre os tripulantes do submarino Titan, desaparecido durante mergulho em busca dos destroços do Titanic, Shahzada Dawood, de 48 anos, empresário paquistanês, e o filho dele, Suleman Dawood, de 19 anos. Suleman não queria embarcar no submergível e foi para agradar o pai.

Azmeh Dawood, irmã de Shahzada e tia de Suleman, disse, em uma entrevista ao canal americano NBC, que o jovem estava relutante e com medo da expedição. A entrevista foi dada nesta sexta-feira (23).

Conforme Azmeh, o jovem só aceitou ir à expedição para a acompanhar seu pai na viagem A ida dele seria uma espécie de presente para Shahzada, pois, no Reino Unido, onde o jovem morava, se comemorou o dia dos pais no último domingo (18), dia que o submarino desapareceu.

Suleman, atualmente, estava morando em Glasgow, capital da Escócia, para fazer faculdade. O jovem havia completado o primeiro ano na Universidade de Strathclyde, na capital escocesa.

Conforme os relatos, Shahzada era um grande fã da história do Titanic, o que o teria motivado a participar da expedição. Ele era empresário renomado e fazia parte de uma das famílias mais poderosas do Paquistão, ocupando o cargo de vice-presidente de um grupo empresarial, atuante nos ramos de fertilizantes, alimentos e energia.

“Sinto como se estivesse presa em um filme de terror, com uma contagem regressiva, mas você não sabe para o que está se preparando. Fica muito difícil quando penso neles,” lamentou Azmeh, irmã mais velha de Shahzada, sobre o trágico desfecho.

Buscas pelos corpos das vítimas pode não acontecer
Os corpos dos tripulantes do Titan, submarino que desapareceu na tentativa de chegar aos destroços do Titanic, podem não ser recuperados. Ao que tudo indica, ocorreu uma implosão com o submersível.

A informação foi divulgada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, que coordenam as buscas pelo submarino. John Mauger, almirante da Guarda Costeira, disse que não poderia afirmar sobre uma possível operação para resgatar os corpos, até por conta da complexidade e dificuldade.

“Este é um ambiente incrivelmente implacável, lá no leito do fundo do mar, e os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica da embarcação. Continuaremos a trabalhar e a pesquisar a área lá embaixo em busca dos destroços", afirmou Mauger.

Mauger disse que as buscas por mais destroços ainda seguem. Os robôs usados na atual operação seguirão com os trabalhos em busca de novos destroços e informações, até para determinar o que, de fato, teria ocorrido.

Destroços
Na quinta-feira (22), foi divulgado que destroços foram achados por sondas no fundo do mar, na área de buscas do submarino. Horas depois, em um comunicado, foi confirmado que os destroços encontrados seriam do submersível.

Conforme as informações divulgadas, os destroços seriam a "estrutura de pouso" e a "tampa traseira" do submersível. Com isso, de acordo com a própria Ocean Gate, responsável pelo submersível, o  mais provável é que teria ocorrido a implosão.
 

A busca em alto mar

Além de Suleman e Shahzada, estavam no submarino o britânico Hamish Harding, presidente da Action Aviation; o mergulhador francês veterano Paul-Henri Nargeolet; e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions. A empresa cobrava US$ 250.000 por turista (cerca de R$ 1,1 milhão na cotação atual).

A busca pelo submarino está sendo conduzida pelas guardas costeiras do Canadá e dos Estados Unidos desde o domingo. A operação envolve navios, robôs e aviões. No entanto, a situação tornou-se mais crítica nesta quinta-feira, já que as 96 horas de suprimento de oxigênio de emergência, disponíveis para o submersível Titan, teriam se esgotado às 8h08 do dia.