Mercado reage positivamente a acordos de Trump, Brasil tenta reverter tarifaço

Os mercados financeiros reagiram com entusiasmo aos recentes acordos internacionais firmados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impulsionando o otimismo entre investidores globais. A movimentação, no entanto, gerou apreensão no Brasil, que agora prepara uma missão diplomática com o objetivo de atenuar os efeitos do chamado 'tarifaço' anunciado pelo governo norte-americano contra produtos brasileiros.

Foto: Casa Branca

A economista Rita Mundim, em sua coluna desta quinta-feira (24), destacou que, enquanto a bolsa de valores e os índices econômicos globais respondem positivamente às estratégias comerciais de Trump — como o recente acordo com o Japão —, o Brasil corre para se posicionar diplomaticamente e evitar prejuízos maiores.

O governo brasileiro se organiza para uma série de reuniões e encontros bilaterais, envolvendo a diplomacia oficial e o setor produtivo, na tentativa de abrir canais de negociação e ampliar o diálogo com a Casa Branca. A movimentação acontece em meio ao aumento das tarifas sobre produtos nacionais e ao endurecimento do tom nas relações entre os dois países.

Analistas avaliam que o momento exige agilidade e diplomacia técnica, com foco em alternativas que assegurem competitividade ao Brasil frente à nova configuração comercial mundial. A missão brasileira deverá incluir representantes do Itamaraty, do Ministério da Fazenda e de órgãos ligados ao comércio exterior, além de membros do setor empresarial afetado diretamente pelo tarifaço.

Apesar do ambiente externo hostil, o mercado interno tenta manter a estabilidade, ainda que sob risco de retração em setores estratégicos, como o agroindustrial, o siderúrgico e o de manufaturados. Em contrapartida, países que firmaram acordos com os EUA viram suas bolsas dispararem com a promessa de abertura de mercados e incentivos bilaterais.

Especialistas alertam que, sem uma resposta coordenada, o Brasil pode perder espaço competitivo em cadeias globais de valor. O atual cenário reforça a necessidade de um plano estratégico para reposicionar o país nas discussões multilaterais e evitar que medidas protecionistas afetem setores essenciais da economia brasileira.