Bactérias do fundo do mar Ártico podem ser chave no combate às superbactérias

Enquanto o mundo lida com a crescente ameaça das superbactérias resistentes a antibióticos, uma descoberta no fundo do mar Ártico pode trazer uma nova esperança. Cientistas da Universidade de Helsinki, na Finlândia, identificaram duas espécies de bactérias marinhas que demonstraram, em testes laboratoriais, potencial para combater patógenos perigosos. As amostras, retiradas das profundezas do oceano Ártico, mostraram ação eficaz contra uma cepa altamente enteropatogênica de Escherichia coli (EPEC), microrganismo associado a infecções intestinais em humanos.

Superbactérias: uma ameaça global à saúde

A resistência bacteriana a antibióticos é uma das maiores preocupações da saúde pública atual. Com o uso indiscriminado de antibióticos ao longo das décadas, muitas cepas bacterianas desenvolveram resistência, tornando-se superbactérias difíceis de tratar. Um dos exemplos mais preocupantes é a cepa EPEC da Escherichia coli, responsável por causar sintomas graves como diarreia e vômitos, podendo levar à hospitalização e, em casos mais extremos, à morte, especialmente em crianças.

Pesquisa publicada e relevância científica

Os resultados dessa descoberta, que podem revolucionar o combate às infecções bacterianas, foram publicados no final de agosto na respeitada revista científica Frontiers in Microbiology. O estudo oferece uma nova perspectiva para a ciência médica ao sugerir que bactérias ainda desconhecidas, localizadas em ambientes extremos como o fundo do oceano Ártico, podem conter a chave para novos tratamentos contra as superbactérias.