Brasil lidera fundo global com aporte bilionário para proteger florestas tropicais

Em meio ao cenário global de mudanças climáticas, o Brasil anunciou um passo significativo para a preservação ambiental ao se comprometer com um aporte inicial de US$ 1 bilhão no Tropical Forest Forever Facility (TFFF), fundo voltado à conservação de florestas tropicais. O anúncio foi feito nesta terça-feira (23) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um evento organizado em parceria com o secretariado das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos.

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Segundo o presidente, o Brasil será o primeiro país a investir no fundo e pretende servir de exemplo para outras nações. Lula convidou representantes de países presentes na cerimônia a se juntarem à iniciativa com “contribuições igualmente ambiciosas”, com o objetivo de garantir que o TFFF entre em operação oficialmente durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro, em Belém (PA).

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O chefe do Executivo brasileiro ressaltou que o fundo é fruto de um esforço coletivo com apoio do Banco Mundial e participação ativa da sociedade civil, povos indígenas e comunidades locais. Para ele, o TFFF representa uma mudança no papel dos países detentores de florestas tropicais no combate às mudanças climáticas, ao oferecer incentivos econômicos concretos para a preservação.

“O TFFF é um mecanismo para preservar a própria vida na Terra. As florestas tropicais prestam serviços ecossistêmicos essenciais para regulação do clima. Abrigam as maiores reservas de água doce do mundo, protegem o solo, armazenam oxigênio e absorvem gás carbônico”, disse Lula.

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A expectativa é que o fundo seja oficialmente lançado na COP30, mas até lá, a meta é reunir US$ 25 bilhões em investimentos de capital júnior, aportados por países. Esse capital inicial deve servir de impulso para atrair investimentos privados (capital sênior), com a meta de alcançar US$ 125 bilhões voltados à conservação das florestas tropicais em todo o planeta.

Além da região amazônica na América Latina, a iniciativa contempla florestas em países africanos, como Gabão e Congo. Segundo Karen Oliveira, diretora de políticas públicas da The Nature Conservancy Brazil, a proposta prevê uma remuneração média por hectare preservado anualmente. Ela destacou também o envolvimento direto da Coalizão Brasil na articulação do projeto.

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Gustavo Souza, diretor de políticas públicas da Conservação Internacional (CI-Brasil), avaliou que os aportes previstos com o TFFF podem significar um reforço de até US$ 2 bilhões anuais apenas para a região amazônica. Ele lembrou que, atualmente, existe uma lacuna de cerca de US$ 7 bilhões por ano no financiamento da preservação da floresta, sendo que apenas 10% desse valor tem sido coberto, principalmente por doações internacionais e investimentos filantrópicos.

“Com esse fundo, os investimentos triplicariam, o que pode garantir condições reais para os países com florestas tropicais manterem suas áreas preservadas a longo prazo”, afirmou.

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O TFFF foi idealizado pelo Brasil e lançado inicialmente em 2023, durante a COP28 em Dubai. A proposta já conta com apoio formal de países que também possuem florestas tropicais, como Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia. Além disso, nações como Alemanha, França, Noruega, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos já demonstraram interesse em aportar recursos.

A expectativa é de que a contribuição brasileira sirva de estímulo para que esses países confirmem seus investimentos ainda antes da COP30. “É notícia de que a China, a Noruega, o Reino Unido, os Emirados Árabes, entre outros países, também estão comprometidos em fazer aportes iniciais para que o fundo possa realmente ser anunciado durante a COP30 e iniciar a sua implementação”, finalizou Karen Oliveira.

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Com a proposta já em destaque no cenário internacional, o Brasil assume a dianteira na construção de soluções ambientais voltadas para o futuro do planeta.