Prefeito de Sorocaba comprou casa de luxo com dinheiro vivo e primeira-dama está envolvida em investigações

O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga, ficou famoso pelas suas postagens no TikTok e por se lançar como pré-candidato à Presidência da República em 2026. No entanto, ele agora está no centro de uma investigação da Polícia Federal (PF) que envolve lavagem de dinheiro e fraudes em contratos públicos.

Foto: Rodrigo Manga com Jair Bolsonaro e em montagem publicada nas redes sociais. Créditos: Facebook / Rodrigo Manga 

Recentemente, a PF identificou que Manga pagou R$ 183 mil em dinheiro vivo como entrada em uma casa de alto padrão no condomínio Chácara Ondina, em Sorocaba, o que levanta suspeitas sobre a origem dos recursos. O restante do valor foi financiado, mas a origem do montante pago inicialmente segue sem comprovação. O imóvel foi alvo de um mandado de busca e apreensão em abril de 2025 durante a operação Copia e Cola, que investiga desvios de verbas na saúde municipal.

A primeira-dama de Sorocaba, Sirlange Maganhato, também está sendo investigada pela PF. Através de movimentações financeiras suspeitas, incluindo depósitos em espécie, foram identificados mais de R$ 750 mil que foram pagos à empresa da esposa do prefeito, 2M Comunicação e Assessoria, provenientes da igreja de sua irmã, Simone Rodrigues Frate Souza. A igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus, fundada em 2020 por Simone e seu marido Josivaldo Batista de Souza, seria um dos canais para a movimentação de recursos de forma ilícita, com o uso de boletos para mascarar a origem dos valores.

Além disso, a investigação descobriu que o empresário Marco Silva Mott, amigo próximo de Rodrigo Manga, está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro por meio de transações imobiliárias. Mott foi identificado em imagens de câmeras de segurança fazendo depósitos em dinheiro vivo em um banco de Sorocaba, totalizando mais de R$ 6 milhões. A PF acredita que ele atuava como operador financeiro do prefeito e sua esposa.

A operação Copia e Cola foi deflagrada após um longo período de investigações iniciadas em 2022, que buscaram esclarecer fraudes na contratação da Organização Social Instituto de Atenção à Saúde e Educação para gestão da saúde em Sorocaba. Além das movimentações financeiras suspeitas, o relatório da PF aponta ainda que Mott fez depósitos em momentos críticos ligados à atuação de Rodrigo Manga e sua gestão.

A relação estreita entre Mott e Manga é evidente nas redes sociais, onde os dois frequentemente aparecem juntos. Mesmo sem cargo público, Mott tinha acesso livre à prefeitura e participava de reuniões com empresários e secretários municipais.

Em outra frente, Rodrigo Manga já responde a processos por superfaturamento na compra de lousas digitais e kits de robótica, além de investigações sobre favorecimento em licitações. Recentemente, a Justiça tornou o prefeito réu por suspeita de superfaturamento de R$ 11 milhões na aquisição de lousas digitais para as escolas de Sorocaba.

Em meio a essa turbulência, a popularidade de Rodrigo Manga segue alta nas redes sociais, com mais de 3 milhões de seguidores no TikTok e Instagram. O prefeito tem planos de se lançar à Presidência da República em 2026, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro não se candidate, após ser declarado inelegível. Sua fama como 'prefeito tiktoker' também ajudou na sua reeleição em 2024, mas agora o seu futuro político pode ser seriamente comprometido pelas investigações em curso.