Polícias de SP e PE prendem suspeito de ameaçar influenciador Felca

Em uma operação articulada entre as Polícias Civis de São Paulo e Pernambuco, um homem foi detido nesta segunda-feira (25), sob suspeita de ameaçar o influenciador e youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca.

Foto: Reprodução

A ação policial teve início após o influenciador publicar um vídeo de cerca de 50 minutos abordando a chamada 'adultização' de crianças na internet, onde também relaciona o fenômeno a riscos como a exploração infantil. Após a publicação, Felca começou a receber ameaças de morte e passou a ser falsamente acusado de pedofilia por usuários nas redes sociais.

Conforme informações do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, além das ameaças, o suspeito estaria envolvido na comercialização de material infantil pelas redes sociais. A prisão foi autorizada por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, emitida em caráter de urgência no último dia 17. O avanço nas investigações foi possível graças à quebra de sigilo de um e-mail usado pelo acusado, que possibilitou ao Google fornecer dados como endereço IP e informações cadastrais.

Diante das ameaças, Felca adotou medidas de segurança reforçadas, como o uso de carro blindado e a contratação de seguranças. Em entrevista ao podcast PodDelas, o influenciador comentou sobre os impactos dessas ameaças e as precauções que tem tomado para preservar sua integridade.

A atuação de Felca nas redes tem gerado repercussão por conta de suas críticas contundentes a influenciadores que promovem apostas esportivas, conhecidas como 'bets'. Recentemente, ele denunciou o influenciador Hytalo Santos, da Paraíba, por suposta exploração de menores em conteúdos digitais. A denúncia teve consequências rápidas, culminando na prisão de Hytalo algumas semanas depois.

No vídeo que motivou as ameaças, Felca critica práticas como o uso de 'coaches mirins', jovens que falam sobre investimentos e finanças ainda na adolescência. Ele expõe casos em que crianças afirmam que a escola atrapalha seu crescimento, responsabilizando os responsáveis por permitir esse tipo de exposição precoce.

Em trechos do material, o influenciador ressalta que algoritmos de redes sociais contribuem para a exposição excessiva de crianças, o que facilita a atuação de criminosos. Para reforçar sua denúncia, ele entrevistou uma psicóloga, que detalhou os impactos emocionais e psicológicos sofridos por menores explorados digitalmente.

A denúncia contra Hytalo Santos ganhou força após a repercussão do vídeo. Segundo o Ministério Público da Paraíba, o influenciador é alvo de inquérito desde 2024. Apesar de dois promotores acompanharem o caso, o perfil de Hytalo não foi desativado até o momento. Entre os casos citados por Felca está o de Kamylla Santos, de 17 anos, cuja imagem teria sido usada de maneira inapropriada em redes sociais.

A situação chegou ao Congresso Nacional, sendo discutida na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. O presidente do colegiado, deputado Reimont, chegou a sugerir a prisão de Hytalo.

"As ameaças começaram depois que publiquei o vídeo sobre a adultização. Precisei tomar medidas reais para garantir minha segurança\