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Economia

Indústria mineira tem agosto mais fraco da década com juros altos e tarifa sobre exportações

Setor industrial de Minas Gerais sofre queda na produção, emprego e capacidade produtiva, impactado por Selic elevada e tarifas dos EUA

25/09/2025 às 11:23 por Redação Plox

O mês de agosto marcou um período crítico para a indústria de Minas Gerais, que registrou seu pior desempenho para o período em uma década, segundo a Sondagem Industrial divulgada nesta quarta-feira (24) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).


Imagem Foto: Pixabay

A retração foi generalizada: queda na produção, no número de empregos e no uso da capacidade instalada, refletindo um ambiente de negócios pressionado por fatores internos e externos. Entre os principais vilões apontados estão a Selic mantida em 15%, o estouro da meta de inflação e, principalmente, uma nova tarifa de 40% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, que se somou à taxa de 10% já imposta em abril pelo ex-presidente Donald Trump. A nova alíquota entrou em vigor em 6 de agosto.


Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, já havia sinalizado que o tarifaço poderia provocar impacto significativo no setor. A coordenadora de Pesquisas Econômicas da entidade, Daniela Muniz, explicou que, além da redução no número de dias úteis em agosto, o setor operou com índices muito abaixo do ideal. A produção industrial somou apenas 44,3 pontos – abaixo da linha de 50 pontos, que indica estabilidade. Em julho, o número era de 50,7; em agosto de 2024, 52,5.


Em relação ao nível de empregos, a sondagem marcou 45,8 pontos, também abaixo do ideal. Já a utilização da capacidade instalada das fábricas caiu para 40,7 pontos, sinalizando forte ociosidade.


"É um resultado que precisa ser monitorado de perto. Capacidade ociosa elevada impede novos investimentos e trava a geração de empregos", alertou Muniz

O levantamento da Fiemg também revelou que as expectativas dos empresários para os próximos seis meses despencaram, atingindo o menor nível para o mês de setembro em dez anos. Houve queda nas projeções de demanda, contratações e compras de insumos. Mesmo com recuo, a intenção de investir ainda permanece acima da média histórica.


Daniela Muniz apontou que, além do cenário interno marcado por juros altos e descontrole fiscal, o impacto do tarifaço foi um fator determinante na retração da confiança dos empresários. Segundo ela, o Brasil perdeu competitividade frente a países que conseguiram negociar condições comerciais melhores com os Estados Unidos.


"Ainda é cedo para medir os efeitos totais do tarifaço, mas o simples fato de ele existir já causou instabilidade. O setor se vê em desvantagem e isso afeta diretamente a confiança dos empresários", avaliou Muniz.


Ela também destacou a importância de um ajuste nas contas públicas para possibilitar a redução da Selic. "Temos uma política fiscal focada em estímulos de curto prazo com custos a longo prazo. Somado a choques externos, esse contexto explica a queda nas expectativas. A continuidade desse cenário dependerá da capacidade do governo em restabelecer equilíbrio fiscal", concluiu.


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