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Saúde

Ipatinga reforça cultura da doação de órgãos com histórias de superação

A solidariedade de famílias em momentos de perda ajuda a salvar milhares de vidas no Brasil, como no caso de Paulo Henrique, transplantado aos 16 anos

25/09/2025 às 11:19 por Redação Plox

Enquanto milhares de brasileiros enfrentam a dura realidade de esperar por um transplante, a doação de órgãos se revela como um gesto de amor capaz de transformar dor em vida.


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No Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, esse processo começa ainda na UTI, onde a equipe liderada pelo Dr. Emerson Damasceno Moura, médico intensivista e Coordenador da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, trabalha para garantir que cada possível doador represente uma nova chance para quem aguarda. Segundo ele, o impacto da doação vai muito além do hospital:
“A solidariedade demonstrada por uma família, em um momento de dor, tem o poder de transformar a despedida em um legado de amor e cuidado com o próximo”

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Coração, rins, fígado, pulmões, pâncreas, córneas, pele, ossos e articulações estão entre os órgãos e tecidos que podem ser doados. Cada um deles tem o potencial de mudar radicalmente a vida de alguém. Apesar dos avanços no sistema de saúde brasileiro, o número de doadores ainda é insuficiente para atender à demanda. Em 2024, mais de 78 mil pessoas estavam na fila de espera por um transplante, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes.


O maior obstáculo, segundo Dr. Emerson, ainda é a recusa familiar. Mesmo que a pessoa manifeste em vida o desejo de doar, a decisão final cabe aos parentes. Por isso, ele alerta sobre a importância de conversar abertamente com a família:
“Quando o desejo é conhecido, a família se sente amparada para tomar essa decisão em um momento tão difícil”

Além da falta de informação, muitos mitos ainda cercam o tema da doação. Dr. Emerson esclarece que a retirada dos órgãos é feita com respeito, sem interferir nos rituais de velório e sepultamento. A idade avançada ou certas condições de saúde também não impedem uma avaliação positiva para doação. “Nada disso é verdade. A retirada é feita com todo respeito, qualquer pessoa pode ser avaliada como doadora, a doação é gratuita e regulamentada, e o compromisso dos médicos sempre será salvar vidas”, explica ele, reforçando que a conscientização é o caminho para mudar essa realidade.


A experiência de Paulo Henrique Madureira de Souza, morador de Ipatinga, ilustra de forma concreta o impacto da doação. Aos 16 anos, ele recebeu um rim após sete anos de sofrimento entre diálise peritoneal e hemodiálise. Ele lembra: “Foi muito difícil e complicado. Fiz diálise durante quatro anos e mais três anos de hemodiálise, aguardando um doador. Não tinha qualidade de vida como um jovem normal”.


A notícia do transplante chegou no momento crítico. “Meu organismo já não estava aceitando mais a hemodiálise. Deus enviou no momento certo”, conta emocionado. Hoje, com 30 anos, Paulo descreve sua nova vida como um verdadeiro renascimento. “Consigo viajar, tenho um bom convívio social, participo das atividades da igreja, inclusive tocando na banda. Faço coisas que antes eram totalmente limitadas.”


Com profunda gratidão, ele deixa um recado às famílias que consideram a doação: “Através da doação eu tive a oportunidade de viver. Foi uma segunda chance, um recomeço. Os doadores não compartilham apenas uma parte de si, eles entregam vida”.


A Fundação São Francisco Xavier, responsável pela gestão do Hospital Márcio Cunha e do Hospital Municipal Carlos Chagas, entre outras unidades, tem sido referência na condução desse trabalho. Criada em 1969, com cerca de 6.200 colaboradores, ela também administra a operadora Usisaúde, o Centro de Odontologia Integrada e o serviço Vita, voltado à saúde ocupacional e meio ambiente.


No campo educacional, o Colégio São Francisco Xavier, em Ipatinga, se destaca como uma referência regional. A atuação da Fundação se dá com foco na excelência dos atendimentos e na responsabilidade com a saúde pública, especialmente pelo SUS.


A doação de órgãos, além de ser um ato regulamentado e gratuito, depende essencialmente de diálogo. Mais do que campanhas, é a conversa dentro de casa que pode salvar vidas. Como bem reforça Dr. Emerson: “Esse diálogo pode significar o recomeço para alguém que você nunca conheceu, mas que vai carregar para sempre a sua gratidão”.


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