Saúde

Intoxicação por metanol: Brasil confirma 15 mortes e amplia ações de combate

Ministério da Saúde registra alta nos casos de intoxicação por bebidas adulteradas; São Paulo concentra maioria das vítimas e governo distribui antídoto nacionalmente.

25/10/2025 às 08:27 por Redação Plox

O Ministério da Saúde divulgou uma nova atualização sobre os casos de intoxicação por metanol ocorridos no Brasil após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24), o país soma 58 casos confirmados da doença, além de 50 registros que seguem sob investigação.

Uma ampola de fomepizol, remédio que atua como antídoto contra o metanol

Uma ampola de fomepizol, remédio que atua como antídoto contra o metanol

Foto: Rafael Nascimento/MS/Reprodução

Estados com registro de intoxicação

Os casos confirmados estão distribuídos em seis estados brasileiros. São Paulo aparece com o maior número, reunindo 44 ocorrências. Também foram contabilizados casos no Paraná (6), Pernambuco (5), Rio Grande do Sul (1), Mato Grosso (1) e Tocantins (1).

Entre as notificações em análise, São Paulo lidera novamente com 14 investigações em curso. Na sequência, Pernambuco tem 19, Piauí e Paraná contam quatro cada, e os estados de Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Tocantins também apresentam registros em apuração.

Outras 635 suspeitas de intoxicação foram descartadas após investigação.

Número de mortes confirmadas e em investigação

O levantamento do Ministério aponta ainda um cenário preocupante: foram confirmados nove óbitos em São Paulo, três em Pernambuco e três no Paraná em decorrência da intoxicação por metanol.

Há outros nove casos de morte sob investigação, sendo quatro em Pernambuco, dois no Paraná, um em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e um em Minas Gerais.

Orientações para profissionais de saúde

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), junto ao Ministério da Saúde, divulgou orientações a profissionais de saúde para identificar e tratar casos de intoxicação. O objetivo é garantir que os sintomas sejam reconhecidos precocemente, além de orientar para a administração imediata dos antídotos—etanol ou fomepizol—e encaminhamento de pacientes graves para a UTI.

Também foi enfatizada a importância de notificar rapidamente as autoridades de saúde sempre que houver suspeita de intoxicação.

Medidas de reforço e resposta aos casos

Na última segunda-feira, o Ministério da Saúde revelou iniciativas para acelerar a confirmação ou descarte dos casos suspeitos, especialmente em São Paulo. Uma sala de situação foi criada para monitorar a evolução dos casos e definir estratégias de resposta.

“Uma das ações que discutimos é apoiar o estado a fazer mais rapidamente a confirmação ou o descarte dos casos”, disse o ministro Alexandre Padilha. “Discutimos na sala de situação medidas para confirmar mais rapidamente.”– Ministro Alexandre Padilha

Para agilizar o diagnóstico, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp irá ampliar sua capacidade de análises, podendo chegar a até 190 exames por dia, e integrará a rede nacional de laboratórios de referência. A Fiocruz também irá disponibilizar seu laboratório para os estados, contribuindo para uma estrutura permanente de análise de intoxicações químicas.

Chegada do antídoto

Outro ponto de destaque é a chegada do fomepizol, medicamento importado para bloquear a ação tóxica do metanol no organismo. O lote, proveniente dos Estados Unidos, deverá ser distribuído em centros de toxicologia de todo o país nos próximos dias. Cada paciente adulto pode necessitar de duas a quatro ampolas para o tratamento adequado.

O governo espera, com estas medidas, ampliar a capacidade de resposta e conter o avanço dos casos de intoxicação por metanol em todo o território nacional.

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