Economia

Taxa Selic alta encarece crédito e aumenta risco de endividamento

Como a taxa básica de juros, hoje em torno de 15% ao ano, impacta compras parceladas, financiamentos, dívidas no cartão de crédito e a busca por renegociação

25/11/2025 às 16:48 por Redação Plox

Você já ouviu falar na taxa Selic? O termo aparece com frequência nas notícias sobre a economia brasileira, mas ainda gera dúvidas em boa parte da população. Entender do que se trata é fundamental para cuidar bem das finanças, especialmente em um cenário de Selic elevada, hoje na casa de 15% ao ano.

Fwd: Taxa Selic alta - o que é e como ela impacta meu dia a dia?

Foto: Divulgação

Em termos simples, a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve de referência para praticamente todas as outras taxas de juros do mercado e orienta operações financeiras em todo o país. Também é o principal instrumento do governo para tentar controlar a inflação, ao encarecer ou baratear o crédito e, assim, influenciar o consumo.

Como a Selic interfere no bolso do consumidor

Na prática, a taxa Selic influencia desde o preço de alimentos e produtos de varejo até o cálculo de parcelas de empréstimos e o rendimento de investimentos em renda fixa. Quando a Selic está alta, o crédito fica mais caro, o consumo perde fôlego e o orçamento das famílias sofre mais pressão.

O impacto aparece em situações do dia a dia, como:

  • Compras parceladas: eletrodomésticos, móveis e eletrônicos tendem a ficar mais caros, porque as lojas repassam o custo maior do crédito ao consumidor.
  • Financiamento imobiliário: as prestações de casa ou apartamento sobem, o que pode levar muitas famílias a adiarem a compra do imóvel próprio.
  • Empréstimos pessoais: recorrer a crédito para emergências, como despesas médicas ou conserto de carro, passa a pesar mais e compromete o orçamento por mais tempo.

Um exemplo ajuda a visualizar esse efeito. Imagine uma família que utiliza R$ 2.000 do limite do cartão de crédito e não consegue pagar o valor integral da fatura. Com a Selic alta, os juros cobrados pelas operadoras também sobem. Em pouco tempo, a dívida pode dobrar, e em alguns meses torna-se muito mais difícil quitá-la.

O mesmo vale para quem financia um carro ou recorre ao cheque especial: a cada parcela ou saldo devedor que não é pago, os juros se acumulam. O valor total cresce rapidamente e se torna desproporcional à renda mensal. É esse processo que empurra, todos os dias, milhões de brasileiros para a inadimplência.

Quando boa parte da renda fica comprometida com dívidas, pagar todas as contas em dia fica quase impossível, e a situação tende a se agravar. Cartões de crédito, cheque especial, empréstimos pessoais e financiamentos sofrem reajustes automáticos nas taxas, e quem já está endividado sente o aumento da dívida de forma ainda mais acelerada.

Feirões de renegociação ganham importância

Nesse contexto de juros altos, feirões de renegociação de dívidas promovidos por recuperadoras de crédito, como a Recovery, ganham relevância. Nessas ações, empresas e consumidores se encontram para buscar condições especiais, como descontos significativos no valor total devido ou possibilidades de parcelamento com juros menores.

Para quem está inadimplente, participar desses mutirões pode ser a oportunidade de limpar o nome, reorganizar as finanças e evitar que os débitos cresçam ainda mais em tempos de Selic elevada.

Dicas para renegociar dívidas com a Selic em alta

A seguir, algumas orientações de Helena Passos, Head de Dados e Planejamento da Recovery, para enfrentar o momento de juros altos e negociar dívidas de forma mais segura:

  1. Participe de feirões de renegociação – Eventos organizados por instituições como Serasa e Recovery costumam oferecer descontos maiores e condições mais flexíveis do que negociações individuais.
  2. Priorize as dívidas mais caras – Cartão de crédito e cheque especial estão entre as modalidades com juros mais altos. Começar por elas ajuda a reduzir o impacto imediato no orçamento.
  3. Não aceite parcelas que comprometam a renda – Uma regra prática é que as prestações da renegociação não ultrapassem 30% da renda mensal, para evitar novo endividamento.
  4. Prefira quitar à vista, se possível – Em muitos casos, os maiores descontos aparecem no pagamento integral da dívida. Se houver algum recurso disponível, pode ser a alternativa mais vantajosa.
  5. Compare as propostas – Antes de fechar um acordo, avalie se ele cabe no orçamento. Plataformas digitais permitem simular prazos e condições para encontrar a opção mais adequada.
  6. Evite novas dívidas – Renegociar só faz sentido se vier acompanhado de disciplina financeira. Enquanto organiza a vida financeira, é importante reduzir o uso do cartão e evitar novos empréstimos.

Quando a Selic alta pode beneficiar o investidor

Se, por um lado, a Selic elevada pesa para quem precisa de crédito, por outro pode favorecer quem não tem dívidas e consegue formar uma reserva financeira. Nesses momentos, investimentos em CDBs e fundos de renda fixa tendem a render mais, ajudando a proteger o poder de compra e até acumular ganhos com baixo risco.

Na prática, a Selic alta contribui para conter a inflação, mas cobra um preço elevado: dificulta o consumo das famílias, freia investimentos das empresas e amplia o aperto financeiro de quem já convive com dívidas. Para o consumidor comum, o cenário pede cautela. Evitar novas dívidas, buscar renegociação em feirões de crédito e adotar estratégias de disciplina financeira são passos essenciais para atravessar esse período com menos riscos.

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