Lúcia Aparecida da Silva, mãe de Tainara Souza Santos, de 31 anos, que morreu nesta quarta-feira (24) após ser atropelada e arrastada por um homem na Marginal Tietê, desabafou nas redes sociais ao informar a morte da filha e pedir Justiça. A jovem estava internada desde o fim de novembro e passou por diversas cirurgias.
Em uma postagem na internet, Lúcia agradeceu o apoio recebido e relatou a dor da perda da filha, que ela chamava de “guerreirinha”. Segundo a mãe, Tainara “descansou” após semanas de sofrimento em um hospital da capital paulista.
Oi, meus amores, boa noite. É com muita dor que venho avisar, que nossa guerreirinha Tay nos deixou. Descansou, agradeço desde já todas as mensagens de oração, carinho e amor que vocês tiveram comigo e pela minha filha. Ela acabou de partir desse mundo cruel e está com Deus. É uma dor enorme. Mas acabou o sofrimento e agora é pedir por justiça
Lúcia Aparecida da Silva, em postagem no Instagram
Tainara morreu 25 dias após ter sido atropelada e arrastada, no dia 29 de novembro. Ela passou por mais de uma cirurgia de amputação das pernas e estava internada no Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Tainara era mãe de dois filhos, um de 12 e uma de 7 anos.
Foto: Reprodução
Na segunda-feira (22), Tainara foi submetida a uma nova cirurgia, com amputação na região da coxa, para possibilitar a reconstrução dos glúteos. Nesse procedimento, também passou por uma traqueostomia para retirada do tubo respiratório e por uma cirurgia plástica reparadora.
Porém, por volta do horário do almoço do dia 24, o hospital chamou novamente a família para que retornasse à unidade e se despedisse da jovem. De acordo com parentes, Tainara morreu por volta das 19h da véspera de Natal.
Em nota, o escritório de advocacia que acompanha o caso comunicou oficialmente o falecimento e pediu respeito ao luto dos familiares.
Ainda não há informações sobre horário e local do velório e do enterro. Tainara deixa dois filhos: um menino de 12 anos e uma menina de 7 anos.
Autor do atropelamento, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, está preso desde 30 de novembro. Inicialmente, o caso era investigado como tentativa de feminicídio, mas, com a morte de Tainara, passa a ser tratado como feminicídio consumado, de acordo com a legislação penal.
A jovem ficou internada por 25 dias. Primeiro, foi atendida no Hospital Municipal Vereador José Storopolli e, posteriormente, transferida para o Hospital das Clínicas. Nesse período, passou por três cirurgias, chegou a sair do coma induzido e foi extubada, mas seu quadro se agravou após o procedimento de segunda-feira (22), e ela não resistiu.
O ataque ocorreu por volta das 6h do dia 29 de novembro, após Tainara deixar um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte de São Paulo. Ela havia passado a madrugada em um forró no Bar do Tubarão, na Rua Tenente Amaro Felicíssimo, acompanhada de uma amiga e de um rapaz.
A família relata que Tainara havia saído algumas vezes com Douglas, mas que os dois não mantinham um relacionamento sério. A confusão começou quando ele teria iniciado uma discussão com o rapaz que acompanhava a vítima.
Em meio ao desentendimento, Douglas entrou em um Volkswagen Golf preto e avançou com o carro contra Tainara, que caiu e ficou presa sob o veículo. Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima sendo arrastada da Avenida Morvan Dias de Figueiredo até a Rua Manguari, já na altura da Marginal Tietê, por mais de 1 km.
Testemunhas tentaram intervir para impedir que a jovem continuasse sendo arrastada, mas o motorista fugiu em alta velocidade.
Douglas Alves da Silva, que atropelou e arrastou mulher na Marginal Tietê, é preso
Foto: Reprodução/TV Globo
Douglas foi localizado e detido posteriormente. Ao ser abordado, tentou reagir, tentou tomar a arma de um policial e acabou baleado. Já na viatura, a caminho da delegacia, ele afirmou que sua intenção era atropelar um acompanhante de Tainara que, segundo ele, o teria ameaçado de morte.
O caso é investigado pela Polícia Civil, e a expectativa da família e da defesa é de que as circunstâncias da violência sofrida por Tainara sejam consideradas na responsabilização criminal do agressor. Para os parentes, a morte da jovem é resultado direto da brutalidade do ataque.
