Onda de vandalismo atinge transporte público no Rio com mais de 2.800 ônibus danificados

O Rio de Janeiro enfrentou um ano desafiador para o seu sistema de transporte público, com mais de 2.800 ônibus depredados e 28 veículos incendiados nos últimos 12 meses. Esse cenário de vandalismo resultou em um prejuízo estimado em mais de R$ 24 milhões apenas em reparos. Diante dessa realidade alarmante, o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) lançou a iniciativa "Quem é cria não vacila", focada na redução dos atos de vandalismo.

A campanha começou com um evento para conscientização dos passageiros, realizado no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca. Essa região, localizada na zona oeste da cidade, foi palco de ações de sensibilização que visam educar e alertar a população sobre as consequências desses atos para a comunidade.

A problemática se estende também para ações mais graves como o sequestro de 145 ônibus, utilizados como barricadas para bloquear o acesso da polícia a comunidades. Este tipo de vandalismo afetou diretamente os deslocamentos de cerca de 6,5 milhões de pessoas em 2023.

João Gouveia, presidente do Rio Ônibus, ressaltou a gravidade da situação e o impacto direto na rotina dos passageiros. "Não podemos tratar esses casos como meras estatísticas. Cada ônibus vandalizado precisa de um reparo a ser feito e, dependendo do tipo de depredação, esse veículo pode ficar semanas sem poder rodar nas linhas, impactando diretamente na vida do usuário que está no ponto esperando pelo serviço. Por isso, estamos comprometidos em trabalhar ao lado das autoridades e da comunidade para combater essa prática e garantir um deslocamento seguro e confortável para todos", explicou Gouveia.

A campanha "Quem é cria não vacila" inclui a distribuição de material impresso e a divulgação de conteúdos em painéis informativos nos terminais, nas TVs internas dos ônibus e nas mídias sociais do sindicato, com o objetivo de reforçar a importância de preservar o patrimônio público. Com essa iniciativa, o sindicato espera engajar mais de três milhões de cariocas na proteção dos ônibus, promovendo um ambiente mais seguro e agradável para todos.