O Ministério dos Transportes reduziu de 14 para 13 o número de leilões de rodovias previstos para 2026 no governo Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança foi oficializada nesta terça-feira (25), com o lançamento da carteira de projetos que devem ir à concessão no próximo ano, em São Paulo.

Ao todo, a pasta projeta realizar 21 leilões em 2026, somando 13 rodovias e 8 ferrovias. A nova carteira representa um ajuste em relação ao plano divulgado internamente na semana passada, que previa 14 estradas federais ofertadas à iniciativa privada.

Rota Agro Central é retirada da carteira de 2026

Na versão preliminar da carteira, à qual a Folha teve acesso, constavam 14 rodovias a serem leiloadas, sendo oito novos trechos e seis concessões já existentes com contratos reformulados. Entre elas estava a Rota Agro Central (BR-070/174/364/MT/RO), que acabou ficando de fora do novo anúncio.

Procurado, o Ministério dos Transportes confirmou à reportagem que apenas 13 leilões rodoviários estão, de fato, previstos para 2026. Integrantes da pasta indicaram que a retirada da Rota Agro Central atende à necessidade de ajustes no desenho do projeto antes de sua oferta ao mercado, com possibilidade de o trecho ser retomado ainda ao longo do ano que vem.

Apesar da revisão, o site oficial do ministério ainda exibia, até a publicação desta matéria, o mês de abril de 2026 como data do leilão da Rota Agro Central, em página que não havia sido atualizada.

Extensão, investimento e função logística

O trecho da Rota Agro Central que saiu da carteira de 2026 tem quase 888 km e liga Cuiabá (MT) a Vilhena (RO). O governo federal estima para essa concessão cerca de R$ 6 bilhões em Capex (investimentos em obras) e R$ 4,28 bilhões em Opex (custos de operação).

A rodovia é considerada estratégica por funcionar como corredor de escoamento de grãos pelo Arco Norte, conectando áreas produtoras do Mato Grosso a portos exportadores em Rondônia.

Leilões de ferrovias e rodovias

Em nota distribuída a jornalistas na segunda-feira (14), o ministério chefiado por Renan Filho (MDB) ainda mencionava 14 leilões rodoviários em 2026, além de oito concessões ferroviárias. Na ocasião, a pasta informou que os projetos de ferrovias poderiam alavancar mais de R$ 600 bilhões em investimentos, com concessão de cerca de 9.000 km de trilhos.

A pasta prevê realizar no próximo ano oito leilões de ferrovias, que irão alavancar mais de R$ 600 bilhões no setor. Cerca de 9.000 quilômetros de trilhos serão concedidos. Já no setor rodoviário, serão 14 concessões, abrangendo 7.295 quilômetros de rodovias, com investimento de R$ 158 bilhões e geração de mais de 1,1 milhão de postos de trabalho.

Ministério dos Transportes

Com a exclusão da Rota Agro Central da carteira deste momento, o número de concessões rodoviárias caiu para 13, mas os demais trechos anunciados foram mantidos.

Cronograma dos leilões em 2026

Pelo calendário divulgado pelo governo, no primeiro semestre de 2026 serão ofertados dois novos projetos: a Rota dos Sertões (BR-116/BA/PE) e a Rotas Gerais (BR-116/251/MG).

Outras três rodovias, que tiveram os contratos otimizados junto às atuais concessionárias, serão levadas a leilões simplificados: Régis Bittencourt (BR-116/SP/PR), Rota Arco Norte (BR-163/MT/PA) e Rota do Pequi (BR-060/153/DF/GO).

O cronograma eleitoral de 2026 não alterou a distribuição dos certames. Seis leilões estão programados para ocorrer entre fevereiro e junho, enquanto outros oito devem ser realizados entre julho e dezembro. Entre outubro e novembro, período das eleições municipais, quatro leilões de rodovias seguem previstos.

Saída de Renan Filho do ministério

O ministro dos Transportes, Renan Filho, deve deixar o comando da pasta em abril do ano que vem para disputar o governo de Alagoas. A mudança, porém, não alterou até agora o planejamento divulgado para os leilões de rodovias e ferrovias em 2026.