Saúde

Calor extremo e ondas de calor: como o corpo reage e quais são os riscos à saúde

Mudanças climáticas intensificam ondas de calor que sobrecarregam a capacidade de regulação térmica do organismo, elevam o risco de hipertermia grave e exigem atenção especial a sintomas de alerta e grupos vulneráveis

26/12/2025 às 11:12 por Redação Plox

Em dias de calor intenso, é comum sentir o corpo mais lento, cansado e até tonto. No entanto, os efeitos das altas temperaturas vão muito além do simples desconforto. Quando o termômetro sobe demais, o organismo precisa trabalhar intensamente para manter a temperatura interna estável, e isso pode trazer consequências sérias para a saúde.

Altas temperaturas afetam órgãos vitais e aumentam o risco de insolação. Entenda os sinais e o que fazer para proteger seu corpo do calor.

Altas temperaturas afetam órgãos vitais e aumentam o risco de insolação. Entenda os sinais e o que fazer para proteger seu corpo do calor.

Foto: Reprodução / Agência Brasil.


Como o organismo controla o calor

O corpo humano funciona, em média, a 36,5°C. Quando a temperatura ambiente aumenta, o organismo aciona mecanismos de resfriamento para proteger órgãos vitais. Um deles é a transpiração: o suor elimina calor pela pele, mas esse processo consome muita água e sais minerais, o que pode levar à desidratação.


Esse cenário se soma a evidências crescentes de que o calor provocado pelas mudanças climáticas representa um problema cada vez maior para a saúde, com impactos diretos no bem-estar e no funcionamento do organismo.

O que é hipertermia e como o corpo entra em colapso

Quando a regulação térmica falha, a temperatura interna pode ultrapassar os 40°C, caracterizando um quadro de hipertermia. Nessa condição, o funcionamento de órgãos vitais é comprometido, há desequilíbrio do metabolismo e risco de morte.


Médicos descrevem o processo como uma espécie de “cozimento interno” do corpo — uma metáfora para o colapso dos mecanismos de resfriamento e o superaquecimento dos órgãos.


Existem três tipos principais de hipertermia:

Clássica: associada à exposição excessiva ao calor e ao sol, costuma afetar pessoas de regiões com clima mais ameno que enfrentam ondas de calor intensas.

De esforço físico: ocorre quando o paciente pratica atividade física em ambiente muito quente e o corpo não consegue retornar à temperatura normal.

Maligna: condição genética rara, geralmente desencadeada por certos anestésicos usados em cirurgias, como halotano ou succinilcolina.

Sintomas que exigem atenção imediata

Alguns sinais indicam que o corpo pode estar entrando em colapso por calor e exigem cuidado rápido. Entre eles:


Pele quente e seca, sem suor visível.

Dor de cabeça intensa.

Fraqueza ou tontura.

Náusea e vômito.

Confusão mental.

Batimentos cardíacos acelerados.


Esses sintomas estão relacionados a quadros de insolação e exaustão pelo calor, em que o organismo já não consegue lidar com o excesso de temperatura.

Quem é mais vulnerável ao calor extremo

Crianças, idosos e pessoas com doenças cardiovasculares estão entre os grupos mais vulneráveis à hipertermia e às complicações do calor. Também correm riscos trabalhadores expostos ao sol por longos períodos e quem pratica atividade física em ambientes quentes e mal ventilados.

Como agir em caso de exaustão pelo calor

Algumas medidas simples podem ajudar a proteger a pessoa até a chegada de atendimento especializado ou a avaliação em um serviço de saúde:


Levar a pessoa para um local fresco e bem arejado.

Retirar o excesso de roupas para facilitar a perda de calor.

Oferecer água em pequenas quantidades, de forma fracionada.

Aplicar compressas frias na testa, axilas e virilhas, ajudando a resfriar o corpo.

Buscar atendimento médico se os sintomas forem intensos ou houver piora do quadro.

Por que a sensação térmica parece maior que a temperatura

A sensação térmica não depende apenas do número marcado no termômetro. Ela é influenciada também pela umidade do ar e pela velocidade do vento.

Em dias muito úmidos, o suor não evapora de maneira eficiente, o que dificulta o resfriamento do corpo. Com isso, aumenta o desconforto térmico e a percepção de calor, mesmo quando a temperatura ambiente não é tão alta, colocando o organismo sob maior estresse.

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