Alckmin vê encontro entre Lula e Trump como início para resolver tarifaço

Durante uma palestra no Insper, em São Paulo, nesta sexta-feira (26), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou a relevância do encontro marcado entre Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, mesmo que breve, a reunião representa o primeiro passo para avançar na solução do tarifaço aplicado pelos norte-americanos sobre produtos brasileiros. O encontro está previsto para acontecer na próxima semana, durante a Assembleia Geral da ONU.

Foto: Presidência

Alckmin ressaltou a importância de um comércio internacional que beneficie ambos os lados, descrevendo esse modelo como “ganha-ganha”. Ele explicou que relações comerciais equilibradas permitem eficiência, preços mais baixos e ganhos para a sociedade, desde que amparadas por regras claras que evitem desigualdades.

"Comércio exterior bem feito é ganha-ganha. Ele é mais eficiente: eu compro dele, mais barato. Eu sou mais eficiente: eu vendo para ele. A sociedade ganha. Só que precisa ter regras, porque senão o grande vai matar o pequeno\

, afirmou.

Apesar da defesa por regras bem estabelecidas, o vice-presidente criticou o enfraquecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele lembrou que a instituição, responsável por regular disputas no comércio internacional, encontra-se limitada devido à postura dos Estados Unidos. De acordo com Alckmin, o país tem impedido o funcionamento pleno do órgão ao não designar representantes para a segunda instância de julgamentos, o que paralisa decisões.

"Temos que ter regras para o mundo todo, regras de comércio. Só que infelizmente não funciona. Por quê? Eu entro com uma representação [na OMC] e ganho na primeira instância. [A decisão] não vale enquanto não tiver decisão da segunda instância. Aí, na segunda instância, os Estados Unidos não designam os seus representantes. Ela [a OMC] não pode agir. Então, meio que a OMC ficou inócua", declarou.

Com esse cenário, Alckmin reforçou que o diálogo entre Brasil e Estados Unidos pode ser o caminho para destravar barreiras e criar condições mais justas para o comércio bilateral.