Política

Bolsonaro passa por bloqueio de nervo frênico após crise intensa de soluços em hospital de Brasília

Internado no DF Star desde quarta-feira (24/12), ex-presidente foi submetido a procedimento após falha de tratamento clínico e deve seguir hospitalizado entre cinco e sete dias, com novo bloqueio previsto para segunda-feira (29/12)

27/12/2025 às 18:01 por Redação Plox

Internado no hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por um bloqueio do nervo frênico neste sábado (27/12), após apresentar uma crise intensa de soluços durante a madrugada. O procedimento, uma anestesia aplicada a um nervo que alcança o diafragma, durou cerca de uma hora e, segundo a equipe médica, foi bem-sucedido.

De acordo com os médicos, a estratégia inicial era tentar controlar os episódios de soluço apenas com tratamento clínico e uso de medicamentos, mas a resposta não foi considerada satisfatória, o que levou à decisão pela intervenção.

Ex-presidente Jair Bolsonaro teve nova crise de soluço e passou por procedimento neste sábado (27/12)

Ex-presidente Jair Bolsonaro teve nova crise de soluço e passou por procedimento neste sábado (27/12)

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil


Médicos programam novo bloqueio na segunda-feira

Em coletiva à imprensa, o cardiologista Brasil Caiado relatou que Bolsonaro teve uma piora na noite de sexta-feira (26/12), com agravamento dos sintomas e impacto no descanso noturno. A partir disso, a equipe antecipou o plano de intervenção.

Ontem [sexta] ele teve uma crise de soluço muito forte, incomodou para dormir, acordou abatido. Como estávamos com programação até segunda-feira, hoje chamamos a equipe que faz o procedimento e optamos pelo procedimento. Vamos aguardar resposta. Hoje [sábado] foi feito do lado direito e segunda-feira faremos do lado esquerdo.Brasil Caiado

Segundo os médicos, o diafragma é controlado por dois nervos, um à direita e outro à esquerda. A decisão foi bloquear inicialmente apenas um lado e aguardar a evolução clínica antes de intervir no outro. A previsão é de que um novo procedimento seja realizado na segunda-feira (29/12).

O intervencionista Mateus Saldanha explicou que foi feito o bloqueio unilateral justamente para reduzir riscos respiratórios: primeiro de um lado, depois do outro, conforme a resposta do organismo. A equipe reforçou que a origem dos soluços é considerada multifatorial.

O cirurgião-geral Cláudio Birolini informou que permanece mantida a estimativa de internação entre cinco e sete dias. Após o procedimento programado para segunda-feira, a tendência é que Bolsonaro permaneça internado por pelo menos mais 48 horas, caso não haja intercorrências, antes de eventual alta hospitalar.

Internação após cirurgia de hérnia inguinal

Bolsonaro está internado desde a manhã de quarta-feira (24/12), quando deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde estava preso havia 32 dias, para ser submetido a uma cirurgia no abdômen. Na quinta-feira (25/12), ele passou por uma herniorrafia inguinal bilateral, o oitavo procedimento cirúrgico desde a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018.

A operação, com duração de cerca de três horas, teve como objetivo a retirada de hérnias na região da virilha. A previsão da equipe é de que o período total de internação fique entre cinco e sete dias.

Segundo o cirurgião-geral Cláudio Birolini, a cirurgia transcorreu sem complicações. Ele detalhou que a hérnia do lado direito era maior, enquanto, no lado esquerdo, o problema estava em fase inicial, mas poderia evoluir de forma semelhante se não fosse corrigido agora, motivo pelo qual ambos os lados foram operados.

Recuperação, fisioterapia e retorno à PF

Boletim médico divulgado na sexta-feira (26/12) informou que o ex-presidente já iniciou sessões de fisioterapia e recebe analgésicos e medicamentos para prevenção de trombose. O comunicado registrou ainda ajustes nas medicações voltadas ao controle de soluços e refluxo.

A expectativa é que Bolsonaro permaneça internado no DF Star por aproximadamente uma semana. Depois disso, caso se confirme a alta hospitalar, ele deverá retornar à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de Estado em 2022.

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