Flávio Bolsonaro rebate ministro do STF após críticas a Jair e Trump

Durante sessão que discutia medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, uma declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, provocou forte reação do senador Flávio Bolsonaro (PL). Ao justificar seu voto a favor das restrições, Dino afirmou que Bolsonaro e o ex-presidente americano Donald Trump teriam protagonizado um 'sequestro da economia brasileira'.

A resposta veio de forma contundente. Flávio Bolsonaro acusou o ministro Alexandre de Moraes de ser o verdadeiro responsável pelo que chamou de sequestro da democracia no país. Segundo o senador, Moraes teria promovido ataques sistemáticos à liberdade de expressão e perseguido parlamentares de direita. “O que foi sequestrado aqui no Brasil foi a nossa democracia, principalmente por Alexandre de Moraes, com tudo o que ele vem fazendo há anos: atacando a liberdade de expressão, cercando parlamentares de direita, especialmente o presidente Bolsonaro”, declarou Flávio.

Na primeira turma do STF, quatro dos cinco ministros votaram por manter as medidas que restringem a liberdade de Bolsonaro. Entre as ações mantidas estão o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso das redes sociais e limitações de horário. O único a discordar foi o ministro Luiz Fux.

Flávio Dino, ao apresentar seu voto, utilizou termos fortes para descrever a suposta tentativa de coação por parte dos apoiadores de Bolsonaro:

“Esta coação assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’”

, escreveu o ministro. Dino ressaltou ainda que tal situação seria inusitada até mesmo para estudos jurídicos internacionais. “Esse ‘sequestro’ certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas Universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo”, completou.

O senador Flávio Bolsonaro também se posicionou nos últimos dias sobre outros temas relevantes, como a inelegibilidade do pai, a participação de Jair em eventos mesmo com tornozeleira, e críticas ao governo Lula. Ainda nesta semana, Bolsonaro deve comparecer a uma motociata em Brasília, apesar das restrições judiciais.