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Saúde

Software de inteligência artificial que permite salvar vidas de vítimas de AVC no Mater Dei

29 de Outubro, data mundial de prevenção ao mal que mais mata adultos, é momento para fortalecer mensagens de educação em saúde

28/10/2021 às 19:30 por Redação Plox

Conhecido popularmente como derrame, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidade de adultos e um dos principais males que mais matam e deixam sequelas no mundo. Sem limiar de idade – pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos – ele se apresenta, geralmente, com sintomas súbitos: fraqueza ou formigamento em um dos lados do corpo, boca torta e dificuldade na fala, distúrbio da visão, tontura, instabilidade na marcha e dor de cabeça intensa. Para alertar as pessoas sobre a doença, a data 29 de outubro foi instituída como o Dia Mundial de Prevenção ao AVC.  

Segundo a médica neurologista Júlia Kallás, coordenadora do Serviço de Neurologia do Hospital Mater Dei Contorno, em Belo Horizonte, mesmo sendo a segunda maior causa de mortalidade no mundo, lamentavelmente ainda é uma doença cujos sintomas são banalizados pela maioria das pessoas. Segundo ela, identificar os principais sintomas do AVC é fundamental por o tratamento ser mais eficaz nas primeiras horas. Vale lembrar que 80% dos acidentes vasculares cerebrais são evitáveis.  

“Todo mundo que sente dor no peito, acha que é infarto e vai para a emergência. No caso do AVC, se a pessoa acorda com o braço mais fraco, a boca torta, ela não procura o hospital, pensa que é algo passageiro, que melhorará em casa. Se você está tomando café, o braço fica fraco e não segura mais a xícara, ligue 192 ou vá para o pronto socorro. O AVC é uma emergência médica e não pode ficar em casa”, alerta.

Rapid, tecnologia que salva vidas 

Atenta aos procedimentos mais recentes usados no mundo em várias áreas da medicina, a Rede Mater Dei de Saúde investiu no Rapid, um software de inteligência artificial que processa a imagem do cérebro de forma mais ágil e ajuda a equipe médica a definir com mais segurança a linha de tratamento a ser adotada no caso de um AVC.  

Foto: Divulgação

 

“O tempo é sempre um fator relevante - quanto mais rápido o atendimento de um AVC, maiores são as chances de recuperação completa, diminuindo a mortalidade e as sequelas do paciente. Até 2018, tínhamos possibilidade de tratar o paciente com AVC em um período de até 4,5h com o uso do trombolítico, medicação venosa que ajuda a dissolver o trombo arterial. Nos casos em que uma grande artéria estivesse obstruída poderíamos, nas primeiras 6h do início dos sintomas, associar a trombectomia mecânica, um procedimento que nos permite, por cateterismo, retirar o trombo que está obstruindo o fluxo de sangue em um grande vaso do cérebro. O software Rapid trouxe agilidade e precisão na seleção de pacientes aptos para serem submetidos a trombectomia mecânica entre 6 e 24h depois dos primeiros sintomas do AVC. Isso porque alguns pacientes teriam uma circulação cerebral que toleraria maior tempo em sofrimento sem que essa área do cérebro morresse, podendo ser recuperada mesmo após 6h do início dos sintomas. Na prática, conseguimos atender pacientes que antes não teriam chance de receber tratamento por chegarem numa janela de tempo maior ao hospital. Isso impacta drasticamente na redução das sequelas e aumenta a independência desses pacientes nos próximos meses”, explica.

Segundo a neurologista, para melhorar ainda mais o atendimento do AVC, a Rede Mater Dei tem um treinamento periódico que vai do porteiro ao atendente, do administrativo à enfermagem. “Se uma pessoa chega com algum sintoma de AVC, na porta do hospital é acionado um código que dispara rapidamente  um fluxo para a equipe de neurologia e toda enfermagem do pronto-socorro. O Rapid, já implantado na área de tomografia, envia as imagens e análises para os celulares dos médicos, mostrando o caso e se ele é elegível para a trombectomia. Esse sistema é uma revolução para os casos de AVC, uma chance a mais para salvar a vida das pessoas”, conclui.  

Para prevenir um AVC é preciso associar à rotina 10 passos: controlar a pressão arterial, controlar o diabetes, controlar arritmias, evitar o tabagismo, praticar atividade física, ter uma alimentação equilibrada, controlar o colesterol, parar com o etilismo, reduzir o estresse e a obesidade.  

Certificação

Além do processamento das imagens com o Rapid, a Rede Mater Dei de Saúde, referência no tratamento das patologias cardiológicas, neurológicas e neuro vasculares, conta com a Unidade Cardiovascular (UCV), que engloba as unidades coronariana, de AVC e pós-operatória. Inserida em uma estrutura hospitalar completa, com atendimento multidisciplinar e de neurologia 24h, a UCV representa a constante busca da Mater Dei em oferecer o que há de melhor em assistência médico-hospitalar, aumentado chances de atenuar sequelas, sendo um fator importante na recuperação do paciente. Os dois hospitais da Rede Mater Dei, Santo Agostinho e Contorno, garantiram a certificação da iniciativa global Angel’s, cujo objetivo é aumentar o número de centros capacitados para tratamento do Acidente Vascular Cerebral de forma cada vez mais eficaz.  

Teste S.A.M.U.

Já ouviu falar da técnica S.A.M.U.? Se você vir alguém que parece não estar bem, caído no chão ou paralisado, peça que ele Sorria, Abrace ou cante uma Música. Se a boca se estiver torta para um lado; se a pessoa não conseguir sustentar o braço no abraço; ou não conseguir cantarolar a música porque a fala está embolada, acione o serviço de Urgência, ligue 192, pois o risco de um AVC agudo é alto. Apenas um sintoma basta!

AVC e Infarto

São dois os tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico, sendo o isquêmico quando há obstrução de um vaso cerebral, impedindo a passagem de oxigênio, e o hemorrágico quando há o rompimento de uma artéria, provocando hemorragia no cérebro. Muitas pessoas ainda confundem AVC com infarto – mal que atinge o coração. Este é resultado do entupimento das artérias coronárias responsáveis pela nutrição das células cardíacas. Quando isso ocorre, falta oxigênio e sangue para o tecido cardíaco, gerando uma morte celular e, consequentemente, perda da força de contração do coração. 

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