O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Brasil nesta terça-feira após a passagem pela Indonésia e Malásia. Com a agenda internacional encerrada, Lula volta ao país para definir quem ocupará a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nome favorito é Jorge Messias, mas há pressões pelo Senado

Aliados indicam que o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, é o nome que conta com maior inclinação do presidente para a indicação ao STF. Antes de formalizar a escolha, porém, Lula ainda pretende ouvir outros interlocutores, inclusive o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

No entanto, Messias enfrenta certa resistência dentro do Senado e até mesmo entre alguns ministros do STF, que apoiam a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), visto como uma opção considerada mais moderada e experiente. Pacheco tem trajetória consolidada como parlamentar, o que amplia seu respaldo junto ao meio político.

Lula busca segurança antes de oficializar indicação

Somente após sentir-se seguro em relação à aprovação do nome escolhido no Senado, o presidente pretende publicar a indicação no Diário Oficial da União. A preocupação do Planalto é garantir que, mesmo contrariando parte do Senado e do STF, Messias consiga apoio suficiente para ser aprovado sem maiores percalços.

Há expectativa de uma reunião entre Lula e Rodrigo Pacheco antes do envio da indicação ao STF. O presidente deseja que Pacheco concorra ao governo de Minas Gerais em 2026, o que complica a possibilidade de o senador ser nomeado para a Suprema Corte.

Senado terá papel decisivo na aprovação

A indicação do sucessor de Barroso passará pelo crivo do Senado, em etapa que inclui sabatina na Comissão de Constituição e Justiça, além de votação em plenário. Serão necessários pelo menos 41 votos entre os 81 senadores.

A influência de Davi Alcolumbre pode ser determinante para o andamento da indicação, e o governo acompanha de perto sua posição.

Compromissos da semana incluem posse de novo ministro

Na quarta-feira, Lula participa da cerimônia de posse do novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, que substituirá Márcio Macêdo. A expectativa do presidente é que Boulos tenha o papel de mobilizar movimentos sociais já de olho nas eleições de 2026.