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Mineiro morto na guerra da Ucrânia lutava há 4 meses no país e tinha o sonho de ser militar

Mineiro de São Geraldo, na Zona da Mata, Lucas Lima deixou o Brasil em julho para lutar nas forças de defesa ucranianas e teve a morte confirmada pela família após quatro meses no front

28/11/2025 às 08:32 por Redação Plox

Movido por um antigo desejo de integrar a vida militar, Lucas Lima, mineiro de 30 anos, deixou o Brasil em julho deste ano para se alistar como voluntário nas forças de defesa da Ucrânia. Quatro meses após chegar ao front, ele morreu em combate, conforme confirmou a família nos últimos dias.

Criado pelos tios em São Geraldo, na Zona da Mata mineira, Lucas sempre demonstrou admiração pela área militar. Segundo o primo, Victor Bretas, esse interesse surgiu há alguns anos e foi se aprofundando com o tempo.

Para ele, escolher ir para a guerra significava a chance de concretizar o sonho de servir como soldado

Para ele, escolher ir para a guerra significava a chance de concretizar o sonho de servir como soldado

Foto: Redes Sociais


De acordo com Victor, a aproximação de Lucas com o universo das armas e da segurança começou em um clube de tiro, experiência que o levou a buscar formação na área e a se preparar para atuar em situações de conflito.

Há uns 4 anos levei ele a um clube de tiro. Ele se interessou muito e acabou fazendo curso de vigilante e de escolta armada. Foi tudo por iniciativa dele. Queria ajudar a causa da Ucrânia.

Victor Bretas, primo de Lucas

Sonho de atuar como soldado

Antes de viajar, Lucas trabalhou por quatro anos em uma metalúrgica e levava uma vida tranquila e reservada na cidade onde nasceu. Para ele, a decisão de ir para a guerra representava uma oportunidade de realizar o sonho de atuar como soldado — ainda que em meio a um conflito internacional.

Durante as missões, o jovem só conseguia fazer contato com a família quando estava em algum acampamento e, por questão de segurança, nunca revelava a localização. O impacto da morte de Lucas atingiu em cheio a pequena cidade de São Geraldo, onde familiares e amigos lembram seu jeito bem-humorado e afetuoso.

A notícia da morte em combate mobilizou a comunidade, que se vê diante da perda de um morador conhecido e de uma história marcada pelo desejo de participar de uma guerra em outro continente.

Brasileiros mortos na guerra da Ucrânia

A morte de Lucas se soma à de outros brasileiros que se voluntariaram para lutar na Ucrânia. Segundo o Itamaraty, até 27 de novembro, 15 brasileiros morreram e 26 estão desaparecidos desde o início do conflito armado no país.

O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, que permanece à disposição para prestar assistência consular, mas que, em razão da Lei de Acesso à Informação, não pode divulgar detalhes adicionais sobre os casos registrados.

A pasta também voltou a alertar para os riscos da participação de cidadãos brasileiros em guerras estrangeiras, reforçando que esse tipo de engajamento expõe voluntários a situações extremas de violência e insegurança em zonas de conflito ativo.

Contexto da guerra na Ucrânia

O conflito teve início em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou ataques contra a Ucrânia por terra, ar e mar. Desde então, o país vive em estado de guerra, com sucessivas ofensivas, destruição de infraestrutura e longa disputa territorial.

No último sábado (22), a Ucrânia anunciou um período de consultas com aliados em busca de um possível acordo de paz. O movimento ocorre após pressão dos Estados Unidos, autores de uma proposta que inclui concessões territoriais, como o reconhecimento de Donetsk, Luhansk e Crimeia como áreas russas.

A proposta ainda será oficialmente apresentada ao governo ucraniano, em um cenário em que negociações diplomáticas tentam avançar em meio a um conflito prolongado e de alta complexidade geopolítica.

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