Famosos

Famosos vivem menos? Estudo aponta que fama reduz expectativa de vida de artistas

Pesquisa da Universidade Witten Herdecke, na Alemanha, indica que cantores muito conhecidos têm risco de mortalidade 33% maior e vivem, em média, quatro anos e meio a menos que artistas menos populares

28/11/2025 às 08:41 por Redação Plox

A vida sob os holofotes pode sair caro. Um estudo da Universidade Witten Herdecke, na Alemanha, indica que a fama pode interferir diretamente na expectativa de vida de artistas, encurtando em média alguns anos de suas trajetórias.

Publicado no Journal of Epidemiology & Community Health, o trabalho analisou a carreira e a longevidade de 648 cantores. Ao comparar artistas muito conhecidos com músicos de carreira semelhante, porém menos populares, os pesquisadores encontraram um risco de mortalidade 33% maior entre os famosos.


De acordo com pesquisa divulgada no Journal of Epidemiology & Community Health, cantores famosos tiveram um risco de morte 33% superior ao de artistas menos conhecidos

De acordo com pesquisa divulgada no Journal of Epidemiology & Community Health, cantores famosos tiveram um risco de morte 33% superior ao de artistas menos conhecidos

Foto: Reprodução / Redes sociais.


Como o estudo foi conduzido

Os pesquisadores dividiram os 648 artistas em dois grupos: um formado por músicos consagrados e outro por profissionais com trajetória parecida, mas sem grande projeção pública. O objetivo foi isolar o efeito da fama, evitando que diferenças de estilo, época ou perfil dos artistas distorcessem os resultados.


Para isso, as duplas foram formadas combinando características como gênero, nacionalidade, estilo musical e período de atividade. Os músicos famosos foram escolhidos a partir de listas internacionais de artistas aclamados pela crítica, enquanto os menos conhecidos foram selecionados com critérios equivalentes.

Famosos vivem menos: o que o estudo revelou

Ao comparar a longevidade dos dois grupos, os pesquisadores observaram que os cantores famosos vivem, em média, cerca de quatro anos e meio a menos do que os artistas menos conhecidos. Um gráfico produzido pela equipe mostra que as chamadas “curvas de sobrevivência” começam a se afastar justamente a partir do momento em que um dos artistas atinge a fama.


O estudo aponta que essa diferença não se explica apenas por acaso: ela está associada a fatores ligados ao estilo de vida de quem vive sob exposição constante.

Rotina exaustiva, saúde mental e vulnerabilidade

Os autores relacionam a redução da expectativa de vida a mudanças de hábitos provocadas pela necessidade de acompanhar uma rotina intensa, marcada por viagens, eventos, compromissos públicos e horários irregulares.


Pesquisa analisou 648 cantores, entre eles alguns dos mais elogiados pela crítica

Pesquisa analisou 648 cantores, entre eles alguns dos mais elogiados pela crítica

Foto: Reprodução / Redes sociais.



Entre os principais fatores de risco mencionados estão estresse prolongado, ansiedade e depressão. A pressão por desempenho e relevância, somada à atenção permanente da mídia e do público, tende a impactar diretamente o bem-estar psicológico.


O estudo também conclui que a exposição constante aumenta a sensação de vulnerabilidade. A pessoa passa a se perceber mais objetificada e julgada, o que contribui para um quadro de desgaste emocional que pode, ao longo do tempo, afetar a saúde física e mental.

O que os pesquisadores destacam

Os autores do trabalho reforçam que os resultados se mantiveram mesmo quando submetidos a uma análise estatística rigorosa, voltada a testar se o efeito observado realmente podia ser atribuído à fama. Em sua conclusão, o estudo afirma que músicos famosos enfrentam um risco de mortalidade significativamente maior em comparação com artistas de perfil semelhante, porém pouco conhecidos.


A pesquisa sugere ainda que compreender esse fenômeno pode ajudar a desenvolver estratégias de promoção de saúde e bem-estar não apenas para celebridades, mas também para o público em geral, já que pessoas famosas frequentemente servem de modelo e influenciam comportamentos ligados à saúde.

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