Economia

Petrobras aprova plano estratégico de US$ 109 bilhões para 2026-2030

Plano 2026-2030 prevê US$ 109 bilhões em investimentos, foco em óleo e gás, corte de custos operacionais de US$ 12 bilhões e projeção de até US$ 50 bilhões em dividendos ordinários

28/11/2025 às 08:37 por Redação Plox

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, nesta quinta-feira (27/11), o Plano Estratégico da companhia para o período de 2026 a 2030. A estatal projeta investimentos de US$ 109 bilhões nos próximos cinco anos.


Petrobras prevê investir US$ 109 bilhões entre 2026 e 2030

Petrobras prevê investir US$ 109 bilhões entre 2026 e 2030

Foto: Divulgação/Petrobrás

O montante é 1,8% menor que o apresentado no plano anterior. A redução já era esperada pelo mercado, em um contexto de preços mais baixos do petróleo e maior pressão por eficiência nos gastos.

Em comunicado, a Petrobras informou que US$ 91 bilhões serão destinados a projetos da Carteira de Implantação e outros US$ 18 bilhões à Carteira em Avaliação.

A estatal também destacou medidas para aperfeiçoar a alocação de capital e cortar custos, com uma economia estimada de US$ 12 bilhões em gastos operacionais gerenciáveis entre 2025 e 2030, o que representa redução média anual de 8,5% em relação ao plano anterior.

Entre as ações previstas para diminuir despesas estão a redução de custos em plataformas sem produção, maior otimização da logística aérea e marítima, ajustes nas intervenções em poços e inspeções submarinas, melhor aproveitamento de fretes de retorno e postergação de serviços de rotina e conservação considerados não prioritários.

Nossos investimentos somam volume significativo para a economia brasileira, US$ 109 bilhões, que representam 5% dos investimentos totais no país. Nossos projetos têm o potencial de gerar e sustentar 311 mil empregos diretos e indiretos e vamos contribuir com R$ 1,4 trilhão em tributos para municípios, estados e União nos próximos cinco anos Magda Chambriard, presidente da Petrobras

Investimentos serão distribuídos ao longo do quinquênio

Conforme o plano, a Petrobras prevê investir US$ 19,4 bilhões em 2026, US$ 21 bilhões em 2027, US$ 20,5 bilhões em 2028, US$ 16,1 bilhões em 2029 e US$ 14,3 bilhões em 2030.

Em 2026, o investimento de caixa projetado é de US$ 16,9 bilhões, com produção estimada em 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). A Petrobras prevê que a produção alcance 2,7 milhões de boed em 2028 e se mantenha em 2,6 milhões de boed em 2029 e 2030.

Para repor reservas, o plano PN 2026-30 direciona US$ 7,1 bilhões para atividades exploratórias no período de cinco anos, com foco nas bacias do Sul e Sudeste, na Margem Equatorial e em ativos exploratórios no exterior, em países como Colômbia, São Tomé e Príncipe e África do Sul.

Foco em óleo e gás com avanço gradual na transição energética

Segundo a Petrobras, o foco estratégico continua sendo óleo e gás, dentro de uma abordagem de “dupla resiliência”, que combina baixo custo e baixas emissões. A ideia é permitir que a empresa avance, de forma paralela e gradual, na transição energética.

Do total previsto, US$ 78 bilhões serão destinados à exploração e produção (E&P). Desse valor, US$ 69,2 bilhões vão para projetos da Carteira em Implantação Alvo em E&P, distribuídos em 62% para o pré-sal, 24% para campos do pós-sal, 10% para exploração e 4% para outros segmentos, como áreas em terra, águas rasas, projetos no exterior e iniciativas de descarbonização.

A Petrobras também prevê US$ 20 bilhões para projetos de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes. Para gás e energias de baixo carbono, estão reservados US$ 9 bilhões.

Considerando todas as iniciativas de baixo carbono relacionadas aos escopos 1, 2 e 3, o investimento em transição energética alcança US$ 13 bilhões, incluindo projetos em energias de baixo carbono, bioprodutos, ações de descarbonização das operações e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em todos os segmentos. Esse valor corresponde a 12% do investimento total e 8% do investimento em implantação.

Remuneração a acionistas é ajustada

Em um cenário de preços de petróleo mais desafiador, a Petrobras também promoveu ajustes na política de remuneração aos acionistas para o período de 2026 a 2030.

De acordo com a companhia, os dividendos ordinários devem ficar entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões, abaixo da faixa estimada no plano anterior, que previa até US$ 55 bilhões.

A empresa informou ainda que deixou de projetar o pagamento de dividendos extraordinários, que antes eram estimados em até US$ 10 bilhões.

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