Um cidadão polonês que vive em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), foi preso na manhã de quinta-feira (27/11) pela Polícia Civil, suspeito de praticar uma série de violências contra a companheira, uma mulher de 32 anos que está em estado vegetativo em razão de uma grave lesão cerebral decorrente de parada cardiorrespiratória.
O caso chegou à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) após denúncia feita pela mãe da vítima. O inquérito foi instaurado em 13 de novembro deste ano.
Suspeita de estupro de vulnerável e ameaças
As investigações apontam que o homem teria cometido estupro de vulnerável e ameaça.
Segundo a delegada responsável pela apuração, a mãe da vítima procurou a polícia após encontrar, em dispositivos eletrônicos da filha, indícios de que o relacionamento era marcado por violência psicológica mesmo antes do agravamento do quadro clínico que deixou a mulher incapacitada.
De acordo com a delegada, duas testemunhas foram ouvidas, e amigas da vítima confirmaram que ela pretendia romper o relacionamento. O suspeito, por sua vez, negou as acusações.
Ameaças e conduta na rotina de cuidados
A mãe da vítima relatou também ser alvo de ameaças do suspeito, que dizia levar a companheira para fora do país para cuidar dela sozinho, sem observar as orientações e protocolos de saúde adotados no Brasil.
Em um dos episódios, o serviço de homecare teria impedido o retorno da paciente para casa após constatar que ela recebia medicamentos importados administrados pelo investigado, que não possui formação na área da saúde.
Levantamentos indicam ainda que o homem realizou sucção excessiva da traqueostomia da vítima, o que teria causado lesão na traqueia da mulher.
Profissionais de saúde que acompanhavam a paciente também relataram comportamento agressivo do suspeito. Um dos médicos passou a realizar atendimentos apenas na presença de outra pessoa, por receio da conduta do investigado.
Conduta suspeita durante os banhos
A investigação aponta que uma das cuidadoras levantou suspeitas sobre a forma como o homem agia durante os banhos da companheira. Ela relatou que ele permanecia um tempo incomum manipulando a região íntima da vítima, friccionando e introduzindo o dedo repetidas vezes na área genital.
Segundo a delegada, a família instalou câmeras no quarto e no banheiro, mas o suspeito retirou o equipamento do banheiro. Após a reinstalação da câmera em posição que permitia monitoramento constante, ele deixou de participar dos banhos.
Medidas protetivas e prisão preventiva
Diante da gravidade dos fatos, a mãe da vítima solicitou medidas protetivas tanto para ela quanto para a filha. A Polícia Civil de Minas Gerais representou à Justiça pela do investigado, levando em conta, entre outros fatores, o risco de que ele tentasse fugir para o exterior.