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Política

Presidente interino do INSS sob suspeita por uso indevido de passagens aéreas

O cerne da polêmica envolve gastos com bilhetes aéreos e diárias que somam mais de R$ 63 mil

29/06/2023 às 12:03 por Redação Plox

O comando do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) está sob escrutínio depois de informações levantadas indicarem que Glauco Wamburg, presidente interino do órgão, pode ter utilizado passagens aéreas de forma irregular. Wamburg, que além de presidir o INSS é advogado, professor universitário e funcionário de carreira do instituto, nega as acusações.

Gastos em Questão

O cerne da polêmica envolve gastos com bilhetes aéreos e diárias que somam mais de R$ 63 mil. Deste montante, o presidente interino teria recebido mais de R$ 15 mil em diárias e mais de R$ 46 mil teriam sido gastos com passagens e taxas, incluindo taxas de cancelamento para passagens já emitidas, segundo dados obtidos no Portal da Transparência do governo federal.

Wamburg alega que as viagens foram justificadas. "Oitenta por cento das minhas viagens foram feitas no acompanhamento de agendas do ministro. As demais foram para mutirões e visitas institucionais. Se as pessoas fizerem uma comparação com os presidentes anteriores, verão que sou muito econômico em termos de viagens" afirmou ao Correio.

 

(crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

Padrão de Viagens

Os registros do Portal da Transparência indicam que Wamburg geralmente solicitava passagens de ida e volta entre Rio de Janeiro e Brasília. O padrão mostrava que ele saía de Brasília às segundas-feiras e retornava às terças-feiras, e novamente saía às quintas-feiras com retorno às sextas-feiras. No entanto, segundo os registros, Wamburg utilizava apenas um dos trechos de cada passagem emitida.

Ele justificou as frequentes viagens ao Rio de Janeiro, citando a importância estratégica do estado devido à quantidade de imóveis do INSS e o acompanhamento de situações emergenciais. "Rio de Janeiro é um estado estratégico pela quantidade de imóveis que temos. Tivemos algumas emergências, inclusive com divulgação midiática. No início da nossa gestão, a gente teve uma demanda bastante intensa acompanhando temas do Rio", explicou.

Ligação com Atividades Acadêmicas

As suspeitas foram alimentadas pelo fato de que Wamburg é professor e ministra aulas às segundas-feiras na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro. Quando questionado sobre o assunto, Wamburg se recusou a comentar, afirmando não ver conexão entre as duas atividades.

Repercussões no Ministério da Previdência

Fontes internas do Ministério da Previdência relataram ao Correio que há um desgaste na relação entre Wamburg e o ministro da pasta, Carlos Lupi. Isso se deve, em parte, ao uso das passagens aéreas, mas também a um aumento na fila de espera para requisições do INSS, que voltou a crescer e atingiu cerca de 1,4 milhão de solicitações pendentes. Como resultado, há especulações de que Alessandro Stefanutto, diretor de Governança e Tecnologia do INSS e ex-procurador-geral do instituto, possa estar sendo considerado para substituir Wamburg.

Wamburg foi indicado para o cargo de presidente interino do INSS pelo diretório fluminense do PSD e assumiu a posição em 2 de fevereiro. Apesar de já estar no cargo há alguns meses, ele continua a ser referido como interino.

Histórico de Polêmicas

É importante observar que este não é o primeiro episódio de controvérsia envolvendo Wamburg. Anteriormente, ele foi nomeado presidente da Fundação Leão XVIII, entidade de assistência social do governo do Rio de Janeiro. Durante sua gestão, surgiram denúncias de corrupção que estão sob investigação pelo Ministério Público estadual. Além de supostos funcionários fantasmas, há acusações de mau uso do dinheiro público.

Wamburg também tem laços com políticos envolvidos em casos de corrupção, incluindo o ex-deputado estadual Marcus Vinícius Neskau. Ele defendeu Neskau, que foi preso em 2018 como parte da Operação Lava-Jato, em um processo.

A defesa de Wamburg nega seu envolvimento nas irregularidades na Fundação Leão XVIII, alegando que as investigações estão focadas em eventos que ocorreram antes de sua chegada à instituição. Ele renunciou à presidência da Fundação após cinco meses, alegando falta de estrutura administrativa e de pessoal para atendimento adequado à população, após uma reportagem da Rede Globo.

O Que Esperar

O futuro de Glauco Wamburg à frente do INSS permanece incerto diante dessas alegações e de seu histórico. O resultado da investigação sobre o uso de passagens aéreas e o possível desgaste com o Ministério da Previdência podem determinar o curso de sua carreira no instituto.

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