O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos na última terça-feira. A fala ocorreu em meio à disputa de versões entre esferas federal e estadual sobre a responsabilidade pela ação e o saldo de vítimas.

Lula defende ação coordenada contra crime organizado

Em uma publicação nas redes sociais, Lula ressaltou que é preciso combater o crime sem expor inocentes. Ele citou, inclusive, outras ações federais de enfrentamento às facções criminosas, como a Operação Carbono Oculto, conduzida pela Polícia Federal contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Me reuni hoje pela manhã com ministros do meu governo e determinei ao ministro da Justiça e ao diretor-geral da Polícia Federal que fossem ao Rio para encontro com o governador. Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco. Lula

O presidente destacou ainda a PEC da Segurança como instrumento importante para garantir atuação conjunta das polícias no combate às facções criminosas.

Reunião de cúpula discute segurança no Rio

Lula convocou uma reunião com ministros no Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira para discutir a crise de segurança no estado após a operação policial. O encontro serviu para alinhar estratégias diante da reação nacional à operação e da quantidade de mortos registrada.

Escritório conjunto é anunciado após encontro

Durante a tarde, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, reuniram-se com o governador do Rio, Cláudio Castro, e anunciaram a criação de um escritório de combate ao crime organizado. A medida busca fortalecer a integração entre as diferentes esferas de poder na luta contra facções e reforçar a articulação institucional no estado.