Um ataque em larga escala da Rússia contra a Ucrânia neste sábado (29) deixou três mortos e mais de 600 mil residências sem energia, de acordo com o governo ucraniano. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.

O principal alvo foi a capital, Kiev, onde cerca de 500 mil pessoas ficaram sem luz após estações de energia serem atingidas. Segundo o ministro da Energia da Ucrânia, outras cinco regiões também foram bombardeadas e registram interrupções no fornecimento de eletricidade.

De acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Rússia lançou mais de 500 drones e 36 mísseis no ataque.

O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que Moscou continua a “matar e destruir” enquanto o mundo discute planos de paz para o conflito.

Proposta de acordo de paz em meio à escalada

Os bombardeios ocorrem em meio a tentativas de avançar em um acordo de paz. Em um esboço de plano ao qual a agência AFP teve acesso, a Ucrânia teria de ceder as regiões de Donetsk e Luhansk, no leste do país.

O documento foi elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo presidente russo, Vladimir Putin. Pela proposta, essas duas regiões passariam a ser “reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos”. A mesma categoria seria aplicada à Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

Segundo a AFP, a proposta ainda será apresentada formalmente ao governo ucraniano, que já deixou claro não aceitar abrir mão das partes de Donbas que ainda controla. Para Kiev, recompensar a Rússia pela agressão está fora de questão.

Posições de Moscou e Kiev sobre o fim da guerra

Após a divulgação do esboço de acordo, o presidente russo reforçou que, na visão de Moscou, a guerra só terminará quando as tropas ucranianas se retirarem das áreas reivindicadas pela Rússia.

Durante uma viagem ao Quirguistão, Putin acusou Kiev de querer lutar “até o último ucraniano” e repetiu que a Rússia está motivada no campo de batalha e disposta a conquistar os territórios em disputa pela força militar.

Trump, que antes havia demonstrado otimismo em relação ao plano de paz, recuou e disse que não há prazo para o fim da guerra.