Não perca nenhuma notícia que movimenta o Brasil e sua cidade.
É notícia? tá no Plox
Política
STF e Planalto montam força-tarefa para evitar rejeição de Jorge Messias no Senado
A menos de duas semanas da sabatina, governo e ministros do Supremo atuam para conter resistência de senadores e influência de Davi Alcolumbre, diante do risco de derrota na indicação para vaga deixada por Barroso
29/11/2025 às 21:44por Redação Plox
29/11/2025 às 21:44
— por Redação Plox
Compartilhe a notícia:
BRASÍLIA – Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e articuladores ligados ao Palácio do Planalto montaram uma espécie de força-tarefa para evitar o que é visto como um possível desastre político para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a rejeição, pelo Senado, do nome de Jorge Messias, indicado para a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso da Corte.
Movimentos buscam conter o desgaste e assegurar votos antes da sabatina de Messias (ao centro)
Foto: Senado Federal do Brasil
A menos de duas semanas da sabatina, marcada para 10 de dezembro, a avaliação tanto no governo quanto no STF é de que o risco de derrota no Senado é real e não pode mais ser tratado como hipótese distante.
Resistência no Senado e influência de Davi Alcolumbre
A ofensiva ganhou corpo depois que lideranças do Senado alertaram o Planalto sobre o crescimento da resistência à indicação de Messias, que passou a ser tratada como um embate pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com o governo.
Parlamentares veem semelhanças com a postura de Alcolumbre no governo Jair Bolsonaro, quando ele segurou por meses a votação da indicação de André Mendonça ao STF. Agora, o cenário é considerado ainda mais delicado no Planalto: além de controlar o ritmo de trabalho da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador detém influência sobre votos considerados decisivos no plenário.
STF entra em campo para blindar indicação
Dentro do Supremo, ministros próximos ao governo – e também aqueles que consideram Messias um nome técnico e confiável – passaram a atuar para que a indicação, vista como tendo “subido no telhado”, não se converta em derrota na votação secreta.
A leitura predominante entre integrantes da Corte é que não há questionamentos jurídicos relevantes sobre o atual advogado-geral da União. O nó é político e decorre da disputa de poder que envolve Alcolumbre e o Planalto, em meio à reorganização de forças no Senado.
Risco de derrota histórica no Senado
A preocupação no governo e no STF é alimentada pelo retrospecto. Em 134 anos de história do Supremo, o Senado rejeitou apenas cinco indicações para a Corte, todas em 1894, no governo Floriano Peixoto. Desde então, nenhum nome indicado por um presidente da República foi barrado.
Uma eventual rejeição de Messias seria, portanto, a primeira da República contemporânea, com potencial de abrir um desgaste institucional de grandes proporções e de enfraquecer politicamente o Planalto em futuras negociações com o Congresso.
Precedentes raros e temor de repetição
O precedente mais conhecido de recuo do Senado em relação ao STF é o do médico Cândido Barata Ribeiro. Ele chegou a exercer o cargo de ministro por dez meses, mas foi derrubado por não ter formação jurídica, num episódio hoje lembrado sobretudo como curiosidade histórica, e não pelo impacto político à época.
No caso de Messias, o temor no governo é de um desfecho simbólico semelhante, embora por motivos completamente distintos. Com currículo robusto, apoio de juristas e bom trânsito interno na Corte, o advogado-geral da União enfrenta resistência não por questões técnicas, mas por articulações políticas, disputas internas do Senado e oposição pessoal do presidente do Congresso.
Beija-mão no Senado e clima de incerteza
À medida que se aproxima a sabatina na CCJ, Messias intensificou a peregrinação pelos gabinetes em busca de apoio voto a voto. Na terça-feira (25/11), ele reconheceu, em tom bem-humorado, que a missão “não está fácil”, em referência à dificuldade de consolidar maioria confortável entre os senadores.
O relator da indicação na Comissão de Constituição e Justiça já sinalizou que apresentará parecer favorável. No Planalto, porém, a avaliação é de que a CCJ não será o principal obstáculo. A maior preocupação está no plenário, onde o placar é hoje considerado imprevisível e a possibilidade de uma derrota histórica segue no radar.
Vigilante de 35 anos foi baleado no abdômen após pedir que motorista de carro de luxo retirasse veículo de área proibida em shopping na 203 Sul; suspeito fugiu e segue foragido, segundo a Polícia Civil
Vigilante de 35 anos foi baleado no abdômen após pedir que motorista de carro de luxo retirasse veículo de área proibida em shopping na 203 Sul; suspeito fugiu e segue foragido, segundo a Polícia Civil