Especialistas alertam sobre riscos de procedimento de mudança de cor dos olhos

A queratopigamentação é um procedimento que altera a cor da pigmentação do olho. Recentemente, um vídeo de um paciente em Nova York, que realizou a mudança por razões estéticas, ganhou grande atenção nas redes sociais. Entretanto, médicos brasileiros, em entrevistas ao g1, manifestaram preocupações sobre os potenciais riscos para a saúde associados a esta intervenção.

Os perigos do procedimento estético 

“Esse procedimento pode reduzir o campo visual do paciente, a visão periférica pode ficar comprometida. Quando você colore toda a periferia da córnea, pode restringir o campo visual da pessoa. Os pacientes podem desenvolver fotofobia. A luz incide nos micropigmentos e causa desconforto. Além disso, a queratopigmentação é totalmente irreversível. Esse não é um procedimento aprovado pelo Conselho Federal de Medicina”, esclareceu o médico Renan Ferreira Oliveira.

Além destas questões, o processo pode levar a infecções oculares e é permanente. No Brasil, a técnica é permitida apenas para reconstrução em pessoas cegas, sendo desaconselhada para fins estéticos.

A visão da Sociedade Brasileira de Oftalmologia 

“Para fins estéticos, nenhuma prática é indicada. Todas oferecem risco para a saúde ocular do paciente. O principal risco com a utilização a laser é o desenvolvimento de glaucoma. Já o implante de íris artificial pode danificar células da córnea. A pigmentação da córnea pode causar infecções”, alertou o diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), César Motta.

Por outro lado, o médico Alexander Movshovich, responsável pela cirurgia que viralizou, defende que o procedimento é totalmente seguro.