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Saúde

Esclerose múltipla: Identificar sinais e iniciar tratamento precoce são fundamentais para conviver com a doença incurável

O impacto emocional do diagnóstico

30/08/2024 às 11:45 por Redação Plox

O diagnóstico de esclerose múltipla (EM) pode desencadear uma série de emoções difíceis, como medo, insegurança e vergonha. Pacientes frequentemente relatam entrar em um estado de negação ao receber a notícia de que terão que conviver com essa condição para o resto da vida. O "Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla", celebrado no Brasil em 30 de agosto, visa justamente trazer visibilidade a essa realidade, desmistificar a doença e diminuir os estigmas que a cercam.

O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central, que afeta o encéfalo e a medula espinhal. O neurologista Marco Aurélio Lana, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que a doença, como o próprio nome sugere, é caracterizada por múltiplas lesões no sistema nervoso, que podem causar uma ampla gama de sintomas. Esses incluem a perda progressiva de funções visuais, motoras, cognitivas e até mesmo o controle dos esfíncteres.

Sintomas mais comuns

Os sintomas da esclerose múltipla podem variar amplamente, mas alguns dos mais comuns incluem:

  • Dormência
  • Paralisia facial
  • Embaçamento da visão
  • Formigamento
  • Sensação de queimação nos braços, pernas, rosto e face
Pixabay

A evolução e tratamento da doença

A esclerose múltipla é uma condição sem cura, mas existem tratamentos eficazes que podem controlar os surtos e minimizar os danos ao sistema nervoso. O Dr. Marco Aurélio Lana destaca que as drogas modificadoras da doença ajudam a prevenir o processo inflamatório que causa as lesões, permitindo que o paciente mantenha uma vida relativamente normal.

Para Ana Carolina Rocha, que foi diagnosticada com EM em 2021, o início da convivência com a doença foi marcado por medo e depressão. Ela relembra como a primeira crise a fez perder a capacidade de andar, enxergar claramente e movimentar o lado direito do corpo. "Tive que reaprender a andar, escrever e enxergar após a esclerose múltipla", relata.

A importância da informação e apoio

A falta de conhecimento sobre a esclerose múltipla pode tornar o diagnóstico ainda mais traumático. Ana Carolina compartilha que, inicialmente, tudo o que sabia sobre a doença era negativo, o que dificultou sua aceitação. Hoje, no entanto, ela encontrou um novo propósito ao compartilhar sua experiência e informar outras pessoas sobre a condição. "A compreensão, informação e o apoio são cruciais, pois ajudam a lidar melhor com os desafios diários e a reconhecer que cada pessoa com EM tem uma experiência única", afirma Ana Carolina.

Esclerose múltipla no Brasil

Estima-se que cerca de 40 mil pessoas no Brasil convivem com a esclerose múltipla, segundo dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. Apesar de ser considerada uma doença rara, é essencial que a população esteja atenta aos sinais iniciais para que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível. Isso é fundamental para o sucesso do tratamento e para a manutenção da qualidade de vida dos pacientes.

O neurologista Marco Aurélio Lana finaliza ressaltando a importância do diagnóstico precoce e do início imediato do tratamento. "O tratamento adequado é eficaz quando iniciado precocemente logo que os sintomas aparecem. Nesses casos, é indicado que as pessoas procurem atendimento médico e apoio especializado de neurologistas", conclui.

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