Governo descarta risco de epidemia de mpox no Brasil, mas reforça vigilância

O Brasil registrou 836 casos prováveis de mpox em 2024, com São Paulo liderando o número de infecções, somando 427 casos. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro com 194 casos, Minas Gerais com 50 e Bahia com 35. Apesar desses números e do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica a mpox como uma emergência global, o governo federal garantiu que a situação no Brasil está sob controle, sem avanço acelerado da doença.

Expectativas para controle da doença

De acordo com Rivaldo Venâncio da Cunha, secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, a previsão para o Brasil é de manutenção da tendência de baixa incidência da mpox, especialmente pela variante antiga do vírus. Ele destacou que “em hipótese alguma, nós consideramos que haja possibilidade de ocorrência de uma epidemia de mpox no Brasil, seja pela variante antiga, seja pela variante 1B que está sendo registrada na África neste momento e que foi o motivo de alerta da Organização Mundial da Saúde.”

Venâncio da Cunha enfatizou ainda que o sistema de vigilância brasileiro tem atuado de forma eficaz em todos os estados e que, com a continuidade dessas ações, todos os casos suspeitos serão identificados e tratados em tempo hábil.

Medidas de prevenção e orientação à população

Para evitar a propagação da mpox, a principal orientação é que qualquer pessoa que apresente lesões na pele, com ou sem febre e aumento dos gânglios linfáticos, deve evitar contato com outras pessoas e buscar atendimento médico imediato. “Essa é a principal medida. Caso seja notificada a presença do vírus mpox, a pessoa será adequadamente tratada, adequadamente cuidada, orientada”, ressaltou o secretário.

Vacinação e resposta à OMS

Sobre a questão da vacinação, Venâncio da Cunha esclareceu que não há recomendação para uma campanha de vacinação em massa no Brasil. “Não existe vacina disponível, então nós não nos preocupamos com vacina porque não é uma doença que esteja ocorrendo no Brasil e que exija, nesse momento, qualquer iniciativa nesse sentido.” Ele também comentou que, em resposta ao alerta da OMS, há um incentivo para que os laboratórios colaborem com a produção de vacinas direcionadas especialmente para os países africanos afetados, como a República Democrática do Congo.

Contexto global e vigilância local

Apesar do cenário controlado no Brasil, o Ministério da Saúde permanece atento aos desenvolvimentos internacionais, especialmente à situação na África, onde a variante 1B da mpox tem gerado preocupações. No Brasil, o sistema de vigilância continua atuando para monitorar e responder rapidamente a quaisquer novos casos.