Com 23% das reservas globais, Brasil é 2º em terras raras

O Brasil desponta como uma das principais potências globais em recursos estratégicos para a transição energética. Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em parceria com o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM/MCTI), revela que o país possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo.

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De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), o território brasileiro abriga 21 milhões de toneladas desses elementos, o que representa cerca de 23% do total mundial. A liderança é da China, mas os dados colocam o Brasil em posição de destaque no cenário internacional.

Esses minerais são essenciais para a fabricação de turbinas eólicas, baterias de veículos elétricos, painéis solares e dispositivos tecnológicos de alta performance. A demanda global por esses insumos tende a crescer nas próximas décadas, impulsionada pelas metas internacionais de descarbonização até 2050.

No Brasil, os principais depósitos de terras raras estão localizados nos estados do Pará, Goiás, Minas Gerais e Bahia, mas ainda existem áreas pouco exploradas com potencial significativo. Além disso, o país também ocupa a segunda posição mundial em reservas de grafita e figura entre os líderes em lítio, cobre, níquel e cobalto.

Apesar do potencial mineral, o IBRAM alerta para a necessidade de avançar na cadeia de valor desses recursos. Investimentos em processamento, refino e industrialização são considerados fundamentais para que o Brasil deixe de ser apenas exportador de commodities e assuma papel de protagonismo na indústria ligada à energia limpa.

Entre as propostas apresentadas estão a criação de incentivos à pesquisa geológica, ampliação da capacidade de refino no território nacional e o desenvolvimento de políticas industriais focadas na competitividade. Para o IBRAM, essa é uma oportunidade estratégica para que o país se consolide no mercado global de tecnologias verdes.