Polícia

Jovem que atropelou e matou namorado e amiga apresenta laudos de depressão e ideação suicida à polícia

Geovanna, 21, que teria perseguido moto de namorado e amiga por ciúmes na zona sul de SP, entrega documentos que apontam depressão persistente e acompanhamento psiquiátrico; prisão em flagrante foi convertida em preventiva por homicídio doloso duplamente qualificado

30/12/2025 às 12:07 por Redação Plox

A jovem de 21 anos que atropelou e matou o namorado e uma amiga dele na madrugada de domingo (28/12), no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, entregou à polícia laudos médicos para tentar comprovar que sofre de depressão e está em acompanhamento psiquiátrico. Os documentos indicam que ela chegou a solicitar auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

O namorado dela, Raphael Canuto Correa, de 21 anos, e a amiga dele, Joyce Correa da Silva, de 19, morreram no local.

O namorado dela, Raphael Canuto Correa, de 21 anos, e a amiga dele, Joyce Correa da Silva, de 19, morreram no local.

Foto: Reprodução / Redes sociais.



De acordo com a investigação, Geovanna Proque da Silva dirigia um Citroën C4 prata quando perseguiu e atingiu propositalmente a moto em que estavam as vítimas, na rua Professor Leitão da Cunha, por volta das 2h57. O namorado dela, Raphael Canuto Correa, de 21 anos, e a amiga dele, Joyce Correa da Silva, de 19, morreram no local.

Ameaça por mensagem e ciúmes antes do crime

O boletim de ocorrência aponta que, momentos antes do atropelamento, Geovanna discutiu com Raphael, que participava de um churrasco em casa com amigos. Ela teria ficado com ciúmes porque outras mulheres estavam no local.

Em uma mensagem enviada por WhatsApp, por volta das 2h de domingo, a jovem escreveu ao namorado: “Ou você resolve, ou eu resolvo”.


Laudo médico diz que Geovanna Proque da Silva teve crise de depressão em julho e iniciou tratamento psicológico em agosto.

Laudo médico diz que Geovanna Proque da Silva teve crise de depressão em julho e iniciou tratamento psicológico em agosto.

Foto: Reprodução / Redes sociais.


Laudos indicam depressão e ideação suicida

No relatório da perícia realizada em 7 de novembro, como parte do processo para obtenção do benefício do governo, o médico do trabalho Vinício Caio Baptista Rossi registrou que Geovanna apresentava “ideação suicida” e fazia uso de medicamentos controlados.

Paciente com histórico de depressão desde os 15 anos, iniciou crise em julho de 2025, com difícil controle e ideação suicida. Está em acompanhamento com psiquiatra e psicólogo.

Vinício Caio Baptista Rossi

No mesmo documento, o profissional indicou atestado de dois meses, de 23 de outubro a 21 de dezembro. 

Início do tratamento psicológico

Os documentos apresentados à polícia informam que Geovanna teria iniciado tratamento em 12 de agosto na Associação Filantrópica Nova Esperança (Afne). Em 23 de outubro, a médica Sandra Melo de Andrade descreveu um quadro de humor deprimido persistente, associado a anedonia, cansaço físico e mental, dificuldades de concentração, hipersonia, isolamento social, baixa tolerância ao estresse, inapetência/anorexia e labilidade emocional.

Prisão preventiva e investigação

A Polícia Civil confirmou que Geovanna Proque da Silva foi presa em flagrante e, após audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva, diante de indícios de dolo direto na ação.


O caso foi registrado como homicídio doloso duplamente qualificado e lesão corporal e segue sob apuração do 37º Distrito Policial (Campo Limpo). Exames periciais e toxicológicos foram requisitados e ainda estão em andamento.


Os investigadores também trabalham para identificar possíveis envolvidos, novas testemunhas e imagens adicionais que possam detalhar a dinâmica do crime. Segundo o boletim de ocorrência, a motivação ligada ao ciúme e a impossibilidade de defesa das vítimas reforçam que não se tratou de um simples acidente, mas de uma conduta com caráter premeditado.

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