Economia

Dólar fecha 2025 em forte baixa e Ibovespa salta 33,7% com fluxo estrangeiro

Moeda americana recua para R$ 5,48 no último pregão do ano, enquanto Bolsa atinge 161.125 pontos, em meio a corte de juros pelo Fed, mercado de trabalho aquecido no Brasil e déficit primário acima do esperado

31/12/2025 às 10:50 por Redação Plox

O dólar encerrou o último pregão de 2025 em forte baixa, consolidando a maior queda anual em nove anos. Nesta terça-feira (30), a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,48, acumulando recuo de 11,19% no ano. No dia, em uma sessão de liquidez reduzida nos mercados internacionais, a divisa caiu 1,50%.

Dólar, moeda norte-americana

Dólar, moeda norte-americana

Foto: Free Pik


Dólar em queda e Bolsa em forte alta

Enquanto o câmbio perdeu força ao longo de 2025, o Ibovespa fechou o ano em forte valorização. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 33,7% no acumulado do ano, aos 161.125 pontos, registrando alta de 0,39% no pregão desta terça-feira.

O desempenho dos ativos brasileiros foi impulsionado pelo fluxo robusto de recursos estrangeiros para mercados emergentes, movimento que sustentou tanto a apreciação do real quanto a escalada da Bolsa.

Corte de juros nos EUA estimula emergentes

Esse fluxo de capital foi favorecido pela decisão do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que reduziu a taxa básica de juros da faixa de 4,25% a 4,5% ao ano para 3,5% a 3,75% ao ano. Com juros menores nos EUA, investidores passaram a buscar mais retorno em países emergentes, como o Brasil.

Além da mudança na política monetária americana, preocupações em relação à agenda econômica protecionista do governo dos Estados Unidos também contribuíram para aumentar o apetite ao risco em mercados emergentes.

Fed debate riscos à economia americana

Durante o pregão desta terça-feira, investidores analisaram a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, realizada em dezembro. O documento indicou que o corte de juros foi resultado de um debate cheio de nuances sobre os riscos que a economia norte-americana enfrenta no momento.

Segundo o texto, até mesmo alguns membros que apoiaram a redução da taxa básica destacaram que a decisão foi delicada e que poderiam ter optado por manter o intervalo dos juros inalterado, diante das incertezas no cenário econômico dos EUA.

Desemprego atinge mínima histórica no Brasil

No front doméstico, o mercado também repercutiu os dados mais recentes do mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,2% no trimestre encerrado em novembro, depois de marcar 5,6% nos três meses até agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado renovou a mínima da série histórica iniciada em 2012. Até então, o menor patamar havia sido de 5,4% no trimestre concluído em outubro deste ano.

Também foram divulgados números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostraram a criação de 85.864 vagas formais em novembro, acima do esperado por economistas. O saldo positivo reforçou a leitura de um mercado de trabalho ainda aquecido.

Contas públicas e expectativas de inflação

Nesta segunda-feira (29), o Tesouro Nacional informou que o governo central registrou déficit primário de R$ 20,172 bilhões em novembro, pior do que o rombo de R$ 13,5 bilhões projetado por economistas consultados em pesquisa da Reuters.

Após a divulgação, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, avaliou que o resultado das contas públicas neste ano deve ficar mais próximo do centro da meta fiscal do que do piso estabelecido.

Também na segunda-feira, a pesquisa Focus mostrou nova redução, ainda que marginal, nas expectativas de inflação. A projeção para o IPCA em 2025 recuou pela sétima semana seguida, passando de 4,33% para 4,32%. Para 2026, houve a sexta queda consecutiva, com a mediana das estimativas passando de 4,06% para 4,05%.

Compartilhar a notícia

V e j a A g o r a